Em debate na TV, candidatos de centro atacam polarização
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Em debate na TV, candidatos de centro atacam polarização

2018-10-01 01:30:00
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Candidatos de centro agiram em conjunto durante debate da Record para criticar a polarização representada por Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os dois líderes das pesquisas de intenção de voto.

 

Com discursos de união, posicionamento moderado e capacidade de diálogo, Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos) e Marina Silva (Rede) buscaram se apresentar como conciliadores. De acordo com a Rede Record, Bolsonaro não participou do debate de ontem por recomendação médica.

 

"Venho dizendo há meses que o Brasil não aguenta esse radicalismo. (...) Como os radicais são parecidos. O PT votou contra o plano real. O Bolsonaro também. (...) É impressionante como o radicalismo se atrai", disse Alckmin. O candidato ficou de escanteio neste debate, apesar de ter crescido timidamente nas últimas pesquisas. Alckmin voltou a atacar Bolsonaro, com quem briga por votos da direita. Ele tentou colocar PT e PSL no mesmo espectro de radicalismo, apesar de o PT se apresentar como centro-esquerda.

 

Provocado por Marina, Álvaro Dias respondeu: "As pessoas de bem desse país haverão que sacudir essa nação reavivando a fé perdida na estrada da decepção (...) evitando a marcha da intolerância e insensatez". A candidata da Rede criticou com mais dureza os dois pólos, petista e de Bolsonaro.

 

"Os dois projetos que estão pedindo voto útil estão fazendo isso em nome do medo. Eu vejo que PT acabou criando o Bolsonaro e ele é o maior cabo eleitoral do PT", apontou Marina. Ela e Ciro também reclamaram da falta de participação do candidato do PSL no último debate, após ter recebido alta no último sábado.

 

Ciro rechaçou a fala de Bolsonaro de que não reconheceria uma possível derrota e a proposta de Haddad de convocar uma Constituinte. "A política brasileira está chafurdando no ódio, no radicalismo (...) O Bolsonaro interpreta isso, mas infelizmente o outro lado também aperfeiçoa isso. Quero reconciliar nossa pátria", afirmou.

 

Ele também comparou a fala do vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, e de Haddad. "O general Mourão propôs a mesma coisa, convocar uma Constituinte de notáveis", disparou. Na disputa por eleitores da centro-esquerda e do Nordeste com o petista, Ciro criticou ainda a proximidade de Haddad com figuras do MDB como Eunício Oliveira e Renan Calheiros.

 

"Meu compromisso com a democracia não é de hoje. Eu repudio, desde a juventude, todos os governos autoritários de direita e de esquerda", respondeu Haddad. Ele defendeu que tinha um projeto diferente de Mourão, também negou aliança com Eunício. "Fiz uma visita ao presidente do Congresso nacional. Tomei um café. Não fiz nenhum acordo com ele não", completou. O petista sofreu ataques até de Cabo Daciolo (Patriota) que criticou sua gestão na prefeitura, apesar de ter reconhecido Lula como um líder.

 

Meirelles voltou a criticar as propostas do guru de Bolsonaro, Paulo Guedes. Mesmo se apresentando como um nome pró-mercado, o emedebista defendeu a manutenção do Bolsa Família, 13º salário e férias. Guilherme Boulos (Psol) fez questão de se afastar do centro, mas não deixou de mirar nos dois líderes. Ele criticou alianças do PT com o MDB e elogiou o movimento #EleNão contra Bolsonaro.

 

NO PRIMEIRO BLOCO, apenas os candidatos Álvaro Dias, Ciro Gomes e Guilherme Boulos tinham adesivos com seus números colados no peito. Após o intervalo, Geraldo Alckmin e Marina Silva retornaram ao segundo bloco também com seus números colados à roupa.

 

CIRO GOMES CRITICOU a ausência de Jair Bolsonaro, que teve alta hospitalar no sábado, 29, mas não foi ao debate por recomendação médica. O pedetista afirmou que também enfrentou problemas de saúde, mas participou do debate do SBT na semana passada, mesmo passando por tratamento médico e usando uma sonda, por ter respeito aos eleitores.

Isabel Filgueiras

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