Neutralidade de Camilo Santana é natural, diz Dirceu
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Neutralidade de Camilo Santana é natural, diz Dirceu

2018-09-26 01:30:00
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[FOTO1]Ontem, em entrevista exclusiva ao O POVO, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), classificou como normal a posição do governador Camilo Santana (PT) em relação à corrida presidencial, de não explicitar apoio nem ao correligionário Fernando Haddad (PT), nem a Ciro Gomes (PDT), líder grupo político Ferreira Gomes no Ceará.

 

"É uma coisa natural, ele é governador, governa numa aliança e tem que administrar politicamente essa aliança", avalia o ex-ministro.

 

No seu primeiro ato de campanha, em 16 de agosto, Camilo Santana disse ser um "privilégio" ter dois candidatos a presidente, Lula e Ciro. No período, a candidatura de Lula ainda não havia sido indeferida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embora esta fosse a previsão. Mais recentemente, em 14 último, Camilo elogiou Haddad, apresentando-o como "preparado" e que está "à disposição para resgatar o projeto de Lula".

 

Para Dirceu, em razão dos ex-governadores Ciro e Cid Gomes (PDT) serem "peças fundamentais" no Estado, além do risco de a oposição encabeçada por General Theophilo (PSDB) poder inviabilizar a reeleição, Santana conduziu a questão da maneira que deveria conduzir. "Não tenho nenhum reparo pra fazer em relação a isso".

 

Dirceu veio a Fortaleza lançar o livro Zé Dirceu - Memórias, ontem, na sede do Partido dos Trabalhadores (PT) na Avenida da Universidade.

 

Confira a entrevista completa de José Dirceu na Live Política do O POVO Online:

 

[VIDEO1]  

 

No plano nacional, Dirceu afirmou que as ofensivas de Ciro a Haddad parecem não convencer o eleitorado, apesar de considerá-las "um direito dele". Numa das declarações mais contundentes, na última quarta-feira, 19, Ciro disse que o País não aguenta outro "presidente fraco, que tenha de consultar seu mentor", numa referência direta à ex-presidente Dilma Rousseff e ao próprio Lula.

 

Do lado petista, Dirceu diz que tem se evitado críticas ao pedetista, uma vez que Ciro integra o mesmo campo político do PT. Ele destaca as experiências do pedetista como prefeito, governador, "excelente ministro" e parlamentar.

 

Questionado se o PT apoiaria o PDT num eventual segundo turno, tornou a dizer que não fala pelo partido. Ele garantiu, entretanto, que, quando fora de disputas no segundo turno, o PT sempre apoia candidaturas de centro-esquerda. "Principalmente agora que (a questão) é a vitória de uma postura de extrema-direita".

 

A última pesquisa Ibope, divulgada nessa segunda-feira, 24, mostra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na liderança, com 28% das intenções de voto. Ele é seguido por Haddad, com 22%, isolado na segunda posição após crescer 3 pontos em relação à pesquisa anterior. Ciro segue com os 11%, mesmo índice da pesquisa anterior.

 

Carlos Holanda

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