Gonzaga defende desmilitarizar a polícia 

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Gonzaga defende desmilitarizar a polícia

2018-09-06 01:30:00
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O candidato ao Governo do Ceará pelo PSTU, Francisco Gonzaga, defendeu ontem a desmilitarização da polícia ao mesmo tempo em que se afirmou favorável à flexibilização do porte de armas. Outra proposta apresentada pelo candidato como estratégia para a área de segurança pública foi a legalização das drogas.

 

"Nós queremos mudar essa estrutura da polícia que existe hoje. A estrutura da polícia é da ditadura militar", defendeu Gonzaga. A proposta é que exista uma polícia civil unificada, onde os policiais possam escolher seus representantes.

 

O assunto foi discutido ontem durante série de entrevistas com candidatos ao Governo do Estado realizada pelo Grupo de Comunicação O POVO. O candidato foi sabatinado pelos jornalistas Henrique Araújo, Raone Saraiva e Fernando Graziani, com mediação de Plínio Bortolotti.

 

Durante a sabatina, Gonzaga comparou a insegurança no Ceará com uma guerra civil e afirmou que a população precisa ter como se resguardar. "Porque hoje o que a gente está vendo é de um lado o tráfico com o poder de arma muito grande, do outro lado a política do Estado recomendando mais armas. A população fica no fogo cruzado e sem ter como se defender".

 

Na opinião dele, a decisão sobre o porte de armas deve ser da população. Ele pondera, contudo, que uma possível liberação, não significa uma distribuição de armas.

 

Mesmo propondo algo muito similar ao apresentado por candidatos de extrema-direita, como o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Gonzaga alegou não enxergar semelhança. "Ele discrimina a população. Nós estamos invertendo isso. O projeto socialista é chamar todos esses grupos mais oprimidos da sociedade para tomar em suas mãos a sua segurança", rebateu.

 

Conforme Gonzaga explica, a discussão e implementação dessas medidas seriam realizadas dentro de conselhos populares, instâncias formadas por representantes do povo e que teriam poder decisório não só sobre essa questão, mas sobre todas as áreas do governo.

 

O candidato não especificou quais os mecanismos de escolha dos membros dos conselhos, que trabalhariam em paralelo à Assembleia Legislativa com poder de fiscalização sobre esta - com direito, inclusive, a cassar deputados, segundo ele.

 

Questionado sobre a inviabilidade legal, o candidato afirmou que acredita ser possível. "Tem muita coisa que a lei não permite e que é feito. Nós vamos respeitar a lei, mas vai ter momentos que as nossas necessidades são maiores que a lei. Então, quem faz a lei é a luta. Nós defendemos isso".

 

A legalização das drogas foi defendida por ele como enfrentamento ao tráfico. "Nós achamos que tem que acabar com o grande tráfico. O estado precisa ter o contraponto disso. Uma medida que nós defendemos é que é preciso legalizar as drogas", defendeu. Para ele, com a legalização, o governo teria controle sobre o comércio de drogas e poderia, inclusive, cobrar impostos, utilizando como exemplo o cigarro e a bebida alcoólica.

 

A economia estadual também seria influenciada pelos conselhos populares, garantiu Gonzaga. "Vamos mudar esse lógica tanto do nosso País como do nosso Estado de governar para os ricos. O nosso governo será dos trabalhadores", ressaltou.

 

O candidato propõe a suspensão imediata do pagamento da dívida pública do Estado e da isenção de impostos para as grandes empresas como primeira ação de governo. Esses seriam os recursos utilizados para investimentos em outras áreas. "Porque não adianta dizer que vai gerar emprego, construir casa, vai investir na saúde e na educação se você não disser de onde vai tirar o dinheiro", evidenciou.

 

SERVIÇO

 

Série de Sabatinas

O candidato à reeleição, governador Camilo Santana (PT), será sabatinado hoje. Ele é o terceiro convidado da série de entrevistas. O debate terá a mediação de Plínio Bortolotti e perguntas dos jornalistas Érico Firmo, Jocélio Leal e Ítalo Coriolano.

Quando: Hoje, das 10h30min ao meio-dia

 

GONZAGA

 

SOBRE A ENTREVISTA

Muitas das propostas apresentadas por Francisco Gonzaga (PSTU) estão fora do alcance do chefe do executivo estadual e precisam ser submetidas ao Congresso Nacional. Entre as proposições do candidato estão a diminuição da carga horária de trabalho e a taxação de impostos progressiva.

 

Ao ser indagado sobre por que não fez aliança com nenhum partido de esquerda, especificamente Psol e PCO, disse que foi uma questão programática e estratégica. Para ele, isso não fragiliza a esquerda, mas seria "bom que a gente estivesse junto". Contudo, ele reforça que não sacrificaria o programa socialista de governo por uma aliança.

 

OP ONLINE www.opovo.com.br

A série de sabatinas é transmitida ao vivo pela Rádio O POVO/ CBN (nas frequências 95,5 e AM 1010), pela TV O POVO (Canal 48.1) e pelas redes sociais do Grupo de Comunicação O POVO.

 

Luana Barros

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