Com notória aversão à exposição pública, a ministra Rosa Weber assume hoje a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em substituição ao ministro Luiz Fux, no crucial momento em que a Corte deve julgar um eventual registro de candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na operação Lava Jato.

 

De tão fechado, o gabinete da ministra é chamado nos bastidores de "Coreia do Norte", o que levanta dúvidas de integrantes da Corte Eleitoral sobre os rumos de sua gestão.

 

Mesmo discreta, a ministra já se posicionou de maneira mais dura do que a maioria dos colegas da Corte Eleitoral. Em dezembro, por exemplo, ela entendeu haver propaganda eleitoral antecipada em vídeos em que Jair Bolsonaro (PSL-RJ) era recepcionado em aeroportos pelo País, mas foi voto vencido.

 

Foi a única magistrada a defender, em julgamento, a cassação do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), acusado de usar o cargo para perdoar dívidas de proprietários de motocicletas no ano em que era candidato à reeleição.

 

Para o ministro Luís Roberto Barroso, que será vice-presidente da Corte durante a gestão de Rosa Weber, é "um privilégio" ter uma presidente "com a integridade e a competência" dela. "Estou pronto para ser liderado pela Rosa", disse Barroso.

Agência Estado