O cenário que não se entende e não se explica
PUBLICIDADE

VERSÃO IMPRESSA

O cenário que não se entende e não se explica

2018-08-23 01:30:00

É dura a vida de quem acompanha o cenário político interpretando o que acontece e procurando manter distância prudente das muitas paixões envolvidas, sempre no incompreendido esforço de dar uma ajuda ao entendimento dos fatos. Como explicar que alguém preso há cerca de 4 meses, no cumprimento de pena de mais de 12 anos, lidera todas as pesquisas que se faz no Brasil hoje? E, mais do que isso, mantém linha persistente de crescimento a despeito de sua ausência das ruas, da exclusão dos debates e de um noticiário que, na predominância, avisa ao eleitor que sua candidatura à Presidência da República não vingará até o final.

 

Também não é muito fácil traduzir o que representa a consistência reafirmada pesquisa a pesquisa de um segundo colocado que consegue se vender como a voz de ruptura de um sistema político no qual se encontra totalmente inserido, exercendo mandatos públicos nas últimas três décadas e extraindo deles parte de seus benefícios legítimos.

 

É, na verdade, um quadro confuso seja a perspectiva em que for olhado. Portanto, difícil sempre de ser explicado, inclusive quando observado para além da polarização Lula-Bolsonaro. É espantoso que Geraldo Alckmin com sua aliança, Ciro Gomes com seu bom discurso, Marina Silva com sua trajetória limpa, para citar apenas a turma do pelotão intermediário, não consigam se movimentar o suficiente para se fazerem percebidos pelo eleitor como nomes de fato viáveis. Um vácuo que o PT precisará que ainda esteja ativo no momento decisivo, e quase inevitável, da troca breve de Lula pelo desconhecido Fernando Haddad.

 

Guálter George

TAGS