Números e sentimentos
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Números e sentimentos

2018-08-17 01:30:00

Reconheçamos, são números avassaladores. Há outros componentes que parecem jogar contra a turma que, pela direita, esquerda e pelo centro, organizou-se no Ceará para tirar do poder os que encontram-se à frente do governo no Ceará, surgindo como mais evidente deles o pouco tempo de que disporão para o necessário processo de desconstrução de um governador-candidato que combina índices altos de intenção de voto com a menor rejeição pelo eleitorado entre os seis nomes que se apresentam à disputa. Dito tudo isso, há experiência suficiente em campo para que ninguém, de um lado ou de outro, valha-se do que o Ibope acaba de divulgar para dar o jogo por encerrado. Não está, mesmo que pareça.

 

O amplo favoritismo que Camilo Santana (PT) apresenta na largada de sua campanha à reeleição já era do conhecimento dos atores políticos cearenses, ajudando, hoje, a explicar o conjunto amplo e até extravagante de partidos que atraiu em torno de sua candidatura. Ninguém junta 24 siglas em torno de si apenas porque tem um jeito especial e educado de tratar interlocutores, como chegou-se a alegar em algumas das explicações mais esdrúxulas apresentadas em meio ao movimento que levou quase todo mundo para o palanque governista. Muito menos cabe o simplismo de imaginar que a força da máquina se basta como fator de atração, porque a história política oferece exemplos de sobra em que a perspectiva de poder funciona mais do que o seu exercício pleno. O aspecto que lançou tanta gente nos braços de Camilo na fase em que as coligações se estruturavam foi o sentimento captado, já naquele momento, de que a tendência do cearense hoje é pela continuação.

 

Portanto, não deve surpreender aos oposicionistas o que está anunciado pelo Ibope desde a noite passada. É lembrar o tom resignado do senador tucano Tasso Jereissati em discurso lá do dia 10 de julho passado, no qual anunciou que ele e seus aliados não deixariam "acontecer um WO aqui". Aquele desabafo não saiu do nada, continha informações que, de alguma forma, a pesquisa de agora meio que traduz.

 

O que está demonstrado é que o desafio é ainda maior do que o imaginado, embora continue sendo uma possibilidade ao alcance reduzir a distância até o ponto em que, pelo menos, garanta uma segunda volta para a campanha. É isso ou, na linha da conformação, trabalhar duro para, pelo menos, conseguir uma derrota que comprometa menos o futuro político da turma.

 

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