"Não é admissível que Camilo não peça ao Exército para colaborar"
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"Não é admissível que Camilo não peça ao Exército para colaborar"

2018-08-27 01:30:00
 

Um dia após o governador Camilo Santana (PT) afirmar que a Polícia no Ceará "tem efetivo suficiente" para resguardar a segurança do processo eleitoral no Estado, o candidato adversário General Theophilo (PSDB) disse que essa avaliação "é totalmente descabida".

 

"As facções estão colocando a população sob o temor do crime organizado. Não é admissível que ele (Camilo) não peça ao Exército para colaborar", criticou o postulante do PSDB, que participou de caminhada no Mercado São Sebastião ontem pela manhã.

 

Theophilo refere-se à solicitação, aprovada por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) na última semana, para o envio de tropas federais ao Ceará durante as eleições.

 

Decisão colegiada, a medida baseia-se em parecer da Procuradoria Regional Eleitoral (PGE) a partir de investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que apontou suspeita de interferência de facções criminosas nas eleições no Ceará.

 

De acordo o candidato tucano, o ideal, nestas condições, é "pedir uma GVA para que o eleitor vá tranquilo às urnas sem ter medo de que seja ameaçado por uma facção".

 

Garantia da Votação e Apuração, GVA é uma operação de competência exclusiva do Exército. É realizada pontualmente, em áreas restritas onde haja risco de conflito armado e com objetivos específicos, acordados com as autoridades da Justiça Eleitoral.

 

No sábado, 25, durante ato que retomou sua campanha à reeleição depois dos assassinatos de três policiais militares na Vila Manoel Sátiro, Camilo disse que tem reunião agendada nesta segunda-feira com a presidente do TRE-CE, a desembargadora Nailde Pinheiro, para discutir o pedido de reforço.

 

"Vou receber o TRE-CE e saber quais são as justificativas. Sempre fiz parcerias com os órgãos federais. Vamos avaliar. Quero ouvir qual é a necessidade disso", respondeu o petista.

 

Questionado se solicitaria auxílio da tropa federal para as eleições, o governador negou. "Eu, não. Eu acredito na minha polícia. Nós fomos o Estado que fez o maior aumento de efetivo policial do País", falou.

 

Para o postulante do PSDB, entretanto, "não compete ao governador dizer isso". E completou: "O TRE é que está solicitando. Isso compete ao Tribunal Regional Eleitoral avaliar. É esse órgão que vai decidir e não ele".

 

Acompanhado pela vice na chapa, a vereadora de Caucaia Emília Pessoa (PSDB), e os candidatos ao Senado Eduardo Girão (Pros) e Dra. Mayra (PSDB), o militar ressaltou sua experiência nas Forças Armadas entre eleitores.

 

"Eu trabalho nisso há 45 anos. Não basta pedir só (ajuda ao Exército)", afirmou. Segundo ele, seria necessário realizar também inspeção sistemática dos presídios e operação de varredura para apreensão de aparelhos celulares, por exemplo.

 

"Eu fiz isso em Manaus no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), onde a liderança da Família do Norte, do PCC e do Comando Vermelho está. Prendemos um líder de facção morando numa suíte presidencial. Aqui nunca foi pedido isso", acrescentou.

 

Agendas

A reportagem não conseguiu contato com os candidatos ao Governo do Estado Mikaelton Carantino (PCO) e Francisco Gonzaga (PSTU) para apurar a agenda de campanha.

 

CEARÁ

 

Campanha tucana

 

FACÇÕES

Candidato do PSDB à sucessão de Camilo Santana (PT), General Theophilo afirmou que alguns "companheiros de chapa me pediram pra retirar o nome General dos carros".

 

De acordo com o tucano, os postulantes a vagas nos legislativos estadual e federal têm receio de estampar adesivos nos carros e transitar por áreas com atuação de facções criminosas.

 

"Eles estão temendo uma reação contra eles. Já tiraram os adesivos porque moram em comunidades dominadas por facções", afirmou Theophilo.

 

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