A série de reportagens do O POVO que denunciou o motorista Patrick do Nascimento, cadastrado no 99Pop com dados falsos para cometer estupros, causou reação nos usuários de aplicativos de transporte individual. Diante da "discriminação", motoristas da plataforma definem o escândalo como caso isolado e pedem apoio da população.

 

O motorista de aplicativo Júnior Oliveira, 31, líder de um grupo de mais de 500 condutores, afirma que o serviço não sofreu redução de passageiros, mas relata que há mais desconfiança e medo. "A gente pede que a população não tenha medo de andar com a gente. A grande maioria dos parceiros da 99Pop e da Uber são pais de família, saem de casa cedo para trabalhar e prestar um serviço para a população", diz.

 

Ele conta que, ao entrar no aplicativo, em outubro de 2017, fez vistoria no carro presencialmente. Para que seus passageiros, sobretudo as mulheres, se sintam mais seguros, adota medidas como atualizar a foto de perfil, entrar em contato com o usuário antes de chegar ao local de partida, falar o nome do passageiro, por exemplo.

 

"A gente enfatiza mais uma vez: foi um fato isolado, não condiz à realidade do aplicativo", reitera. "Sentimos muito por isso (casos de estupro), mas pedimos que a população fique do nosso lado".

 

APP

Para Júnior Oliveira, aplicativos de transporte individual precisam ter mais critério na criação de contas de novos passageiros, pensando na segurança dos motoristas.