Haddad diz ter "certeza" de aliança entre PT e Ciro no 2º turno
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Haddad diz ter "certeza" de aliança entre PT e Ciro no 2º turno

2018-08-14 01:31:00
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Candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Presidência da República, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse "ter certeza" de que petistas estarão juntos de Ciro Gomes (PDT) no segundo turno das eleições. Em entrevista ao jornalista Luiz Viana, da Rádio O POVO/CBN, na manhã de ontem, Haddad fez elogios ao candidato do PDT e destacou "amizade de longa data" com Ciro.

 

"Todo mundo sabe que eu sou amigo do Ciro, de longa data. Eu e o Ciro fomos ministros do Lula, ele da Integração e eu da Educação. E vocês do Ceará sabem o que o Lula fez pela educação daí, como nós levamos universidades, institutos federais, escolas técnicas, para todo o Estado. Foi uma grande revolução que fizemos aí", disse Fernando Haddad.

 

"Na condição de ex-ministro do Lula e ex-colega do Ciro, nós temos uma amizade antiga, e não vai ser por essa questão, de nós estarmos um defendendo a candidatura do Lula e o outro a candidatura própria, que nós deixaremos de estar juntos no segundo turno. Eu tenho certeza, Ciro é um grande companheiro e tem o meu respeito", acrescentou Haddad na entrevista.

 

A fala de Haddad tem tom diferente do que vem sendo adotado pela presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR). Em falas recentes, a petista rebateu críticas de Ciro ao PT e acusou o candidato de se "vitimizar" e tentar colocar em outros a culpa dos erros de sua estratégia política. "Essa tentativa de vitimização, para um homem velho de caminhada política, fica bem feio, né?", alfinetou.

 

Apesar de admitir ser defensor do legado de Lula na disputa deste ano, Haddad destacou ainda que o PT não irá deixar de explorar "cada recurso possível" para permitir candidatura do ex-presidente. "A nossa luta só termina com o Lula subindo a rampa do Palácio do Planalto () enquanto ele está encarcerado, suas ideias não estão, elas seguem correndo o País", afirmou.

O Partido dos Trabalhadores pretende registrar a candidatura de Lula amanhã, último dia do prazo previsto no calendário eleitoral.

 

Ontem, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu rejeitar uma ação ajuizada pelo servidor público Charbel Elias Maroun, candidato a deputado federal pelo partido Novo em Pernambuco, com o objetivo de barrar uma eventual candidatura à Presidência do ex-presidente.

 

"Se e quando formalizado o pedido de registro, cumprirá a esta Corte, ex officio (de ofício, sem provocação das partes) ou por provocação das partes legitimadas, analisar os requisitos de elegibilidade dos pretensos candidatos, entre os quais a arguida inelegibilidade do requerido", escreveu Admar.

Um integrante do TSE ouvido reservadamente pela reportagem aponta que se uma eventual candidatura de Lula fosse rejeitada de "ofício", os prazos processuais seriam encurtados, o que poderia acelerar a conclusão do caso na Corte Eleitoral.

 

Em sua decisão, Admar ressaltou que não é possível analisar o pedido "de forma prematura, sem observar a organicidade do processo de registro de candidatura".

 

"É incabível a inversão da ordem natural das coisas, ou seja, a discussão prematura acerca da viabilidade de registro incerto, ainda não formalizado", afirmou o ministro.

Com Agência Estado

 

 

REGISTRO

O TSE ainda vai avaliar se eventual registro de Lula terá relatoria definida por sorteio eletrônico entre integrantes da Corte ou se será encaminhado diretamente ao ministro Admar Gonzaga.

 

SORTEIO

Em tese, um pedido de registro presidencial é sorteado entre seis dos sete ministros titulares do TSE, ficando de fora quem estiver ocupando a presidência da Corte Eleitoral.

 

DE OFÍCIO

Em junho, Gonzaga afirmou que a Corte deve barrar de ofício - ou seja, sem contestação prévia - o registro de candidaturas de condenados em 2ª instância, considerados "fichas sujas".

Carlos Mazza

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