Fernando Haddad quer verba do Sistema S para ensino médio
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Fernando Haddad quer verba do Sistema S para ensino médio

2018-08-17 01:30:00

No prédio em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), decorada com bonecos de sapos verdes inflados, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad participou de sabatina e aproveitou para atacar o uso do Sistema S. Na condição de vice-presidente na chapa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad atacou a reforma do ensino médio e falou sobre os planos de um possível governo petista para a educação.

 

Ex-ministro da área, Haddad afirma que, nas gestões de Lula e Dilma Rousseff, ficaram pendências na melhora do ensino médio. Segundo ele, outras áreas tiveram melhoras e a ideia é dar continuidade nos investimentos, mas o ensino médio precisa de projetos próprios.

[SAIBAMAIS] 

A ideia é fazer com que os institutos federais, que segundo Haddad possuem excelência e ótimo projeto pedagógico, auxiliem escolas com deficiências. No primeiro ano de um eventual governo, as 500 escolas com piores indicadores seriam agraciadas por força-tarefa, com apoio federal e do Sistema S.

 

O Sistema S é formado por nove instituições privadas, entre elas Senai, Sesc, Senac e Sebrae. Pela proposta, o petista contribuirá com governos estaduais na construção de uma rede mais eficiente de ensino médio. O Sistema S possui cerca de R$ 16 bilhões em orçamento. O dinheiro vem de impostos da indústria que, em vez de repassados ao governo, são lançados para essas instituições.

 

"Aquilo é público, dinheiro público federal, tem que ter compromisso com as escolas. Não podem usar parte disso para ajudar os governadores, por quê? Precisamos de mais compromisso do Sistema S com o ensino médio. Vamos garantir isso, nem que seja por lei", afirmou. Outras tentativas de redirecionar recursos do Sistema S falharam. Uma delas veio do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que queria 30% do fundo para equilibrar as contas de governo. Para cumprir a promessa, Haddad teria de convencer o Congresso.

 

Haddad aproveitou para criticar o candidato do MDB ao estado de São Paulo e ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, visto pelo PT como um dos financiadores do impeachment de Dilma. "Skaf trata o Sistema S como se fosse dele. A gente não sabe se ele é candidato permanente ao governo do Estado ou se é presidente", disparou.

 

O petista também atacou a Medida Provisória (MP) que determina a reforma do ensino médio. "Eu considero que o que o governo foi desastroso em editar uma MP. Nunca foi feita uma reforma por MP. O presidente não determina o que vai acontecer na sala de aula", disse.

 

Haddad foi o último convidado das sabatinas do Todos pela Educação. As entrevistas na íntegra estão disponíveis na página da entidade do Facebook.

 

CAMPANHA

O PT irá iniciar a campanha à Presidência pelo Nordeste. Hoje o vice de Lula, que está preso em Curitiba, visita o Piauí. Na semana que vem, de terça a sábado, segue para uma maratona na região, fazendo cinco estados em quatro dias.

 

ESTADOS

De acordo com a assessoria do petista, o Ceará será um dos destinos, assim como Bahia, Sergipe, Paraíba e Maranhão. O partido evita visita a Pernambuco, onde aliança com PSB causou desgaste com a militância, que queria a candidatura de Marília Arraes para o governo

 

Isabel Filgueiras

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