Falso motorista havia entrado na Justiça contra Prefeitura para seguir no ramo
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Falso motorista havia entrado na Justiça contra Prefeitura para seguir no ramo

2018-08-22 01:30:00
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O mercado clandestino de venda de perfis em aplicativos: 

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O técnico de radiologia Patrick do Nascimento, preso por usar aplicativos de transporte para raptar e estuprar jovens em Fortaleza, havia entrado com mandado de segurança contra o prefeito Roberto Cláudio (PDT) para continuar dirigindo no serviço. A ação, apresentada em junho passado, buscava coibir ação da Prefeitura que apreendia carros inscritos em aplicativos.

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Segundo o criminoso, que confessou seis estupros em que as vítimas eram usuárias de serviços do tipo e é investigado por vários outros, a ação feria seu "direito à livre iniciativa". "O autor da ação, hoje, trabalha em permanente estado de medo, prevendo ser, a qualquer tempo, abordado e ter seu veículo ilegalmente apreendido", argumenta a defesa de Patrick no caso.

[SAIBAMAIS] 

Na época, a gestão considerava serviços como Uber e 99Pop "clandestinos" e ordenava a apreensão dos veículos flagrados nessa atividade pela fiscalização. O prefeito argumentava que a atividade não era prevista em lei, o que só foi revertido com mensagem aprovada pela Câmara e sancionada em junho deste ano, regulamentando o serviço na Capital.

 

Pedido liminar de Patrick foi rejeitado na 1ª instância pelo juiz Mantovanni Colares, mas acabou deferido por um desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), que estabeleceu multa de R$ 1 mil por dia que o prefeito mantivesse o carro apreendido. Além de RC, eram alvos da ação o presidente da Etufor e o comandante-geral da Guarda Municipal.

 

Procurado sobre o tema na manhã de ontem, o prefeito Roberto Cláudio disse que o caso do estuprador "só comprova" que a administração estava correta em apreender os veículos. "Você viu o debate que eu travei, até um certo desgaste que tive, para buscar o que eu acreditava ser o melhor. Não era uma perseguição contra eles (motoristas) em si", disse.

 

"A regulamentação vem para dar estabilidade para os próprios aplicativos e para os usuários. É importante que a Cidade tenha, como tem no táxi e nos ônibus, o número de carros desses serviços circulando, que pessoas estão dirigindo", disse. Em 2016, a polêmica postura da gestão pelas apreensões foi explorada contra o prefeito em sua campanha de reeleição.

 

Os bastidores da série de reportagens: 

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"Não era uma perseguição contra os aplicativos em si, mas não era razoável que esse modelo fosse integrado na Cidade sem nenhuma medida de segurança nem controle do Município, foi isso que a gente propôs", afirma o prefeito.

 

Após uma série de reportagens do O POVO expor comércio informal de contas de aplicativos do tipo na internet, a 99Pop anunciou nesta semana uma reformulação total em seu sistema de cadastros, assim como suspensão de novos motoristas. Já a Uber afirma que está reavaliando presencialmente todos os motoristas em Fortaleza desde fevereiro deste ano.

 

Jáder Santana, Carlos Mazza

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