Em visita a Fortaleza, Marina critica Alckmin e amplia agenda feminina
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Em visita a Fortaleza, Marina critica Alckmin e amplia agenda feminina

2018-08-21 01:30:00
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Em sua primeira passagem por Fortaleza após início da campanha eleitoral, a presidenciável Marina Silva (Rede) criticou as alianças de Geraldo Alckmin (PSDB) e repetiu a frase que vem se tornando o seu bordão nos debates: "Aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema".

 

Segunda colocada nas pesquisas nos cenários sem Lula, a candidata começou a atividade na Capital reforçando a agenda feminina em encontro com Maria da Penha, cearense que deu nome à lei que combate a violência contra a mulher.

 

Na sede do instituto fundado pela militante, Marina prometeu "ampliar a rede de proteção às mulheres, com delegacias especializadas, centro de atendimento e todo o suporte necessário para que elas sejam protegidas e tratadas".

 

A ex-senadora acrescentou: "Fiz questão de vir aqui para assumir o compromisso no combate à violência contra mulheres. São mais de 221 mil mulheres vítimas por ano e mais de 4 mil mortes em 2017".

 

Em seguida, Marina visitou a sede do Grupo de Comunicação O POVO, onde foi recebida pela presidente Luciana Dummar.

 

No último debate entre candidatos, na RedeTV!, a ex-ministra elevou o tom ao responder a pergunta do adversário Jair Bolsonaro (PSL) sobre equiparação de salários entre mulheres e homens. Marina chegou a dizer que o rival, que lidera os levantamentos de intenção de voto, estimulava o discurso da violência.

 

Questionada se a ida ao Instituto Maria da Penha e a postura mais enérgica contra o militar eram uma mudança de estratégia eleitoral para atrair o voto feminino (as mulheres são 52% do eleitorado no Brasil), a candidata negou.

 

"Não tem mudança de estratégia. Quando é preciso ser incisiva, eu sou incisiva", disse. "Apenas respondi (Bolsonaro) como achei necessário diante da afirmação de que não se precisava fazer nada (para reduzir diferença salarial entre homens e mulheres). E ninguém precisa ser eleito presidente da República pra dizer que não vai fazer nada."

 

Ela também voltou a atacar a coligação de Geraldo Alckmin com os partidos do "centrão" (DEM, PP, PRB, SD e PR). "Eu vejo que o mesmo condomínio de legendas que estava na chapa Dilma/Temer (em 2014) já está com o candidato do PSDB. Eles só vão mudando de endereço", criticou.

 

Sobre declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PDSB), dada ontem ao jornal O Globo, segundo a qual faltaria "malignidade" a Marina para ganhar as eleições, a candidata retrucou: "Foi o excesso de malignidade que levou o Brasil pro fundo do poço, com 13 milhões de desempregados, com a corrupção endêmica e sistêmica que desviou bilhões da Petrobras, fundos de pensão, da Caixa, Banco do Brasil, BNDES".

 

Para Marina, "chegou a hora de a gente dar lugar pra benignidade na gestão pública, ter relações benignas entre dinheiro público e gestão pública, entre iniciativa privada e Estado".

 

Henrique Araújo

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