Defesa de Lula desiste de ação que analisaria liberdade
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Defesa de Lula desiste de ação que analisaria liberdade

2018-08-07 01:31:00

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu ontem de um pedido de liberdade impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF). Além do habeas corpus, o STF poderia definir no mesmo julgamento a elegibilidade do candidato oficializado pelo PT no último sábado, 4. "(Lula) Tomou essa decisão de forma consciente", disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

 

O movimento petista é considerado um artifício para que a candidatura do ex-presidente não seja impedida imediatamente, uma estratégia para retardar a decisão, até 15 de agosto, data limite para registro de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, somente após a formalização, o TSE analisaria a candidatura do ex-presidente.

 

Na avaliação da professora de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), pesquisadora do Laboratório de Estudos em Política, Eleições e Mídia (Lepem), Monalisa Soares, a esquerda, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, esteve pulverizada e combalida. "Ciro (PDT) se lançou candidato, Lula decidiu voltar, Manuela (PCdoB) e Boulos (Psol) se posicionaram. Mas depois da condenação de Lula, o futuro ficou em xeque, e nós entendemos que processos deixaram claro que ele não poderá disputar as eleições", aponta.

 

No último domingo, o PT anunciou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como vice de Lula, e comunicou aliança com o PCdoB de Manuela d'Ávila. A tendência é que, se a candidatura de Lula for inviabilizada, Haddad assuma a cabeça de chapa e Manuela, o posto de vice.

 

"Decisão de união ressalta a força do PT como partido, e coloca em prova a sua hegemonia junto à esquerda. Reafirma sua posição como detentor de maior espólio eleitoral, que continua tendo mais recursos para mobilizar aliados", explica a professora da UFC.

 

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