Aliança informal com Camilo "não interfere em nada", diz Eunício 

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Aliança informal com Camilo "não interfere em nada", diz Eunício

2018-08-04 01:30:00
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Admitindo uma aliança informal com o governador Camilo Santana (PT), o senador Eunício Oliveira (MDB) afirmou ontem ao O POVO, durante convenção do PSD, que a questão da formalidade ou informalidade "não tem importância quando os encontros são verdadeiros".

 

Adversário do petista em 2014, o presidente do Senado vai defender na campanha de outubro a reeleição do chefe do Executivo estadual e a eleição de Cid Gomes (PDT) para ser colega de Senado.

 

O emedebista relembrou o episódio de 2002, quando, por força da verticalização, Tasso Jereissati (PSDB) e Patrícia Saboya (na época filiada ao PPS) saíram candidatos com uma aliança informal. Os dois foram eleitos pedindo votos para o então candidato a governador, Lúcio Alcântara (PSDB). "Em 2010 houve uma tentativa de se fazer essa aliança informal com o Tasso e terminou não se concluindo. Está acontecendo em vários estados brasileiros", simplificou o parlamentar.

 

Eunício justificou que somente os seis maiores partidos poderão ceder tempo ao governador e ao senador na campanha que se aproxima e que, portanto, não seria anormal a divisão dos partidos em duas chapas majoritárias. "O fato de estar na coligação A ou B não interfere em absolutamente nada, apenas atende a legislação eleitoral que nós mesmos aprovamos", disse.

 

O senador participou ontem da convenção estadual do PSD, do "amigo" Domingos Filho. Apesar de estarem em campos opostos na eleição de 2014, Eunício abriu o coração e disse aos pré-candidatos que o "amor" sempre uniu as duas lideranças mesmo em momentos de afastamento. "Nós nunca deixamos de nos abraçar, de nos confraternizar, de nos respeitar, e até, vamos ser exagerados um pouco, de nos amar do ponto de vista do bem-querer e da amizade verdadeira", confessou.

 

O sentimento "verdadeiro" de fraternidade também é o que uniu novamente Domingos Filho (PSD) ao grupo do governador. "Tivemos uma contenda muito hostil entre eu e o presidente José Albuquerque na Assembleia. Cid sempre ficou distante desse processo, com o qual eu tenho uma relação muito fraterna", disse Domingos ao relembrar a disputa em torno do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

 

Com a verdadeira amizade fortalecida, o grupo que se aproximou do governador não vê problemas com a aliança informal. Aos convencionados, Domingos disse que "a gente dança xote e xaxado na mesma sala" porque "o que vale é estar dentro do mesmo ambiente" e que "não são as formalidades legais que apartam, distanciam, a questão das candidaturas".

 

Wagner Mendes

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