Plano econômico do PT prevê reversão de medidas de Temer
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O plano econômico da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições 2018 passa pela reversão de medidas recentes, como a adoção do teto de gastos e a reforma trabalhista, com redução da volatilidade do câmbio, incentivo ao crédito e ao emprego em setores como construção civil.
Os detalhes foram anunciados pelo assessor econômico do PT, Guilherme Mello. “Temos de dar emprego, gerar renda e crédito. Assim, a roda da economia volta a girar. O plano de Lula é o contrário do que o governo Michel Temer tem feito”, disse. Lula foi condenado na Operação Lava Jato e está preso desde abril.
Em debate com os assessores econômicos dos pré-candidatos à Presidência na Universidade de Brasília, Mello defendeu que o Brasil não pode esperar para retomar o crescimento e, por isso, a candidatura de Lula tem um plano emergencial para a questão do emprego.
“O plano emergencial para o emprego e a renda é fundamental. Em particular onde (o emprego) foi destruído, como a construção civil”, disse, ao citar que há pelo menos 7.400 grandes obras públicas paradas. “Basta o Estado retomar as obras, ao retomar o papel de investir em infraestrutura, e conseguiremos uma série de empregos, milhões de empregos, para girar o circuito da renda”, argumentou.
O assessor do PT disse ainda que existe “um plano estrutural e de revogação de uma série de atrasos que foram aprovados recentemente no governo Michel Temer”. Mello citou como exemplos a emenda constitucional que criou o teto de gastos e a reforma trabalhista. Outra medida a ser revogada é a retomada do regime de partilha no petróleo com recursos direcionados a um fundo para educação e ciência e tecnologia.
Para o economista, o teto de gastos fará com que o Estado brasileiro diminua a um tamanho comparável a de Estados africanos “que não conseguem oferecer nada, como saúde ou educação”. “O teto é um projeto de desconstrução da nossa Constituição”, disse. Sobre a reforma trabalhista, o assessor de Lula diz que a mudança “dilacerou a cidadania e os direitos trabalhistas”.
Ao mesmo tempo em que reverte medidas recentes, eventual governo Lula atacaria “um dos mais voláteis regimes cambiais do mundo”. A ideia é ter um regime cambial mais estável. “Ter estabilidade do câmbio em patamar competitivo ajuda estrutura produtiva”, disse, ao lembrar que o mercado brasileiro de derivativos é um dos maiores do mundo. “Nossa moeda é alvo de especulação. Temos de reduzir volatilidade do câmbio”, disse.
Outra proposta é a reforma tributária com duas diretrizes: carga tributária estável e distribuição federativa estável. Mello defende um modelo mais simples e progressivo.
Agência Estado