Responsável pelo programa econômico do pré-candidato ao Palácio do Planalto Ciro Gomes (PDT), o economista Mauro Filho reuniu-se ontem, em São Paulo, com dirigentes e líderes do DEM e de outros partidos do “centrão”. De acordo com o ex-secretário estadual do Ceará, dos seis pontos do projeto pedetista colocados à mesa, só não houve concordância em um.

 

“O encontro foi extremamente produtivo. Dos seis pontos discutidos, cinco convergem (com a agenda do DEM)”, admitiu Mauro ao O POVO.

Uma nova rodada de conversas com o grupo (formado por DEM, PP, SD e PRB) está sendo marcada para amanhã ou sexta-feira, 20, primeiro dia do período de convenções partidárias e data na qual o PDT lança oficialmente a candidatura de Ciro à Presidência.

Questionado sobre os tópicos nos quais PDT e as siglas do “centrão” concordam, Mauro Filho desconversou. “Não posso falar sobre isso”, disse.
Entre os participantes da reunião, estava o também economista Cláudio Adilson Gonçalez, designado pelo DEM para analisar detalhadamente o programa econômico de Ciro.

 

Presidido por ACM Neto, o DEM está dividido entre o apoio à candidatura de Ciro ou à do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).

 

Sob a liderança do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), o anúncio de uma decisão do grupo de legendas estava previsto para amanhã, mas, por pressão de ACM Neto, pode ser adiado para a semana que vem.

 

O próprio Maia ainda tenta convencer parte do DEM a apoiar Ciro em vez de embarcar na candidatura de Alckmin, que tem patinado nas pesquisas de intenção de voto.

 

Todavia, setores do Democratas resistem ao nome do pedetista, sobretudo pelas divergências de agenda entre as duas agremiações.

 

Historicamente, o DEM está mais próximo do ideário tucano, liberal e pró-mercado, que do PDT, cujo candidato tem enfatizado que irá revogar a reforma trabalhista e rever o teto de gastos, duas medidas da pauta reformista do presidente Michel Temer (MDB). Outro ponto que dificulta a aproximação entre Ciro e DEM é a retórica do ex-ministro, que costuma se referir a Temer como “golpista” e “quadrilheiro”.

 

Além do “centrão”, Ciro tenta acerto ainda com o PSB, cuja convenção nacional está agendada para 5/8, e PCdoB, que se reúne neste sábado para discutir se mantém a pré-candidatura de Manuela d’Ávila (RS) à Presidência.

 

TEMPO DE TELEVISÃO

Na prática, o PR pode agregar cerca de 45 segundos ao tempo de televisão na campanha de Jair Bolsonaro. Sozinho, pelo PSL, o pré-candidato terá menos de dez segundos.