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Lula sinaliza apoio a Marília ao governo de PE; Paulo Câmara minimiza

2018-07-07 01:30:00
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A corrida eleitoral ao Governo de Pernambuco pode decidir não apenas o próximo chefe do Executivo naquele Estado, mas ajudar a escolher também quem estará na disputa de segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

 

Governado por Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição, Pernambuco é arena de intensas negociações entre o PDT do presidenciável Ciro Gomes e o diretório pessebista, que, junto com o de São Paulo, ainda resiste a declarar apoio ao ex-ministro e ex-governador do Ceará.

[SAIBAMAIS] 

Concorrendo ao governo estadual sem apoio direto do PT, a vereadora petista Marília Arraes, neta de Miguel Arraes e prima de Eduardo Campos, falecido em 2014, aparece em situação de empate técnico com Câmara – o atual governador detém 15,5% das intenções de voto e Marília, 15%, segundo levantamento do Instituto Múltipla feito em maio passado.

 

Ameaça à reeleição de Câmara, a candidatura de Marília vinha sendo negociada pelo PT local em troca de apoio nacional do PSB ao ex-presidente Lula ou a um outro nome que o substitua nas eleições. Simultaneamente, o PSB também mantinha conversas com Ciro, que projeta na legenda socialista uma oportunidade de engordar o seu tempo de televisão e assim facilitar a briga por uma vaga no segundo turno.

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Esse impasse do PSB começou a se desatar na última quinta-feira, quando, da prisão, em Curitiba, Lula mandou mensagem por meio do ex-presidente do PT Rui Falcão e do dirigente do MST João Pedro Stélide.

 

Após visita à carceragem da Polícia Federal, eles afirmaram que o petista apoiava Marília para o governo de Pernambuco e incentivava a militância do partido a engrossar a campanha da pré-candidata em Pernambuco.

 

O aceno do ex-presidente, preso desde 7 de abril pela Lava Jato, é mais que um estímulo corriqueiro: é o sinal claro de que o PSB deve fechar aliança em torno de Ciro. Na última semana, O POVO mostrou que o pedetista avançou na costura de apoios entre governadores e deputados federais pessebistas.

 

Na quinta-feira, por exemplo, Cid Gomes, articulador da campanha do irmão, participou de encontro informal com parlamentares do PSB.

 

Entretanto, restavam dois empecilhos para a consolidação desse entendimento do PSB com o PDT: os diretórios socialistas de São Paulo, governado por Márcio França, e de Pernambuco.

 

Em São Paulo, porém, o nó também está se desfazendo. Lá, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem França é próximo, declarou apoio ao pré-candidato ao governo estadual João Doria (PSDB). O gesto rompeu um pacto de não-agressão entre o tucano e França, que se tornou mais receptivo à formação de um bloco com Ciro. Sobra, então, Pernambuco.

 

Uma aliança entre PSB e PDT, porém, não é do interesse de Paulo Câmara, que ainda tenta aproximar o PT do arco de partidos que lhe dão sustentação. O chefe do Executivo, entretanto, minimizou o apoio de Lula a Marília.

 

“Enquanto tiver conversas (entre PSB e PT), não há por que ficar falando de uma questão que mais para frente pode ser que não se confirme”, disse ontem durante cerimônia de entrega do segundo módulo do Museu Cais do Sertão, seu último ato de inauguração antes da campanha.

 

E acrescentou: “Não me incomoda (o apoio), vou continuar trabalhando. Tem muito tempo para a gente discutir”.

 

Henrique Araújo

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