No mesmo dia em que Jair Bolsonaro (PSL) foi abandonado no altar pelo PR e PRP, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) ligou novamente a metralhadora de trapalhadas.

 

Além de reafirmar as críticas ao vereador paulista Fernando Holiday (DEM), a quem chamou de “capitãozinho do mato” durante entrevista a uma rádio no mês de junho, Ciro ainda xingou um promotor de São Paulo e classificou os integrantes do MBL como “delinquentes juvenis”.

 

A seu modo, Bolsonaro e Ciro enfrentam teste que pode determinar se eles estarão ou não no segundo turno das eleições. O militar tem de colocar à prova sua capacidade de costurar alianças que lhe permitam sair dos ínfimos 7 segundos de propaganda no rádio e televisão.

 

O ex-ministro, por sua vez, tem contra si a velha retórica mercurial que o tirou da disputa em 2002 e ameaça despontar novamente em 2018.

 

Em entrevista ao “Roda Viva” cerca de dois meses atrás, o pedetista garantiu que, mais experiente, conseguiria conter o seu ímpeto. Antes de ontem, porém, desferiu ofensa contra uma promotora do MP paulista, chamando-a de “filho da puta”. O fato de que Ciro não sabia que se tratava de uma mulher não reduz a gravidade da agressão.

 

À véspera do período de convenções, cada passo em falso dos pré-candidatos é decisivo para o futuro das campanhas. O de Ciro e o de Bolsonaro talvez estejam se desenhando agora.

Henrique Araújo