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Mudança na presidência do PT municipal acirra disputa na sigla

2018-06-22 01:30:00
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A troca de comando no PT de Fortaleza joga mais lenha na fogueira das disputas internas na sigla a menos de um mês do início das convenções partidárias. De saída da presidência da legenda na Capital, o vereador Acrísio Sena defende apoio irrestrito à reeleição do governador Camilo Santana (PT) e a uma aliança com o PDT, com formação de dois palanques estaduais.

 

De chegada à presidência da executiva municipal para um ano de mandato, o advogado e ex-vereador Deodato Ramalho assume sob a promessa de implementar as “diretrizes nacionais petistas” e fortalecer a postulação do ex-presidente Lula ao Planalto. “As candidaturas do PT têm que seguir esse princípio”, afirmou. “Sou contra a tese dos dois palanques.”

 

Há menos de um mês, o diretório nacional do PT decidiu que todas as chapas em formação nos estados devem se orientar por resolução publicada durante lançamento da pré-candidatura de Lula. Segundo o texto, os interesses da campanha de Lula à Presidência condicionam as costuras das alianças locais.

Na prática, o documento dificulta o apoio de Camilo ao presidenciável do PDT Ciro Gomes, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem Lula, empatado tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB). O governador já afirmou que a chapa ideal seria Ciro na cabeça e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad de vice.

Para Acrísio, o PT deve acomodar a eventual aliança do governador com o PDT dos Ferreira Gomes. “Sou contra haver qualquer tipo de amarra que impeça o Camilo de subir no palanque de partidos que são aliados do Estado”, disse. “O PT tem que trabalhar de forma sensata a realidade regional.”
Deodato rebate: “Isso é um desserviço, principalmente se for pra subir em algum palanque que tenha nele alguns dos mais destacados lobistas”, respondeu sem especificar nomes.

 

Próximo do grupo dos deputados federais Luizianne Lins e José Guimarães, o novo presidente do PT municipal também defende que o partido tenha candidato ao Senado. “Não estamos falando de nome ainda, mas estou comprometido com a luta por uma candidatura do PT ao Senado”, assegurou.
O senador petista José Pimentel já se colocou à disposição da agremiação para concorrer à reeleição.

 

Questionado sobre o impasse no partido, o secretário-chefe da Casa Civil de Camilo, Nelson Martins (PT), afirmou que “não tem ainda como fazer qualquer análise enquanto não houver uma decisão nacional”. De acordo com o petista, há “um cenário com Lula candidato e outro sem ele. E não sabemos se ele vai ser candidato”. Para o secretário, “a candidatura do Lula não é uma coisa definitiva”.

 

FORTALEZA

 

PRESIDÊNCIA DIVIDIDA

 

DECISÃO

Em maio do ano passado, a executiva nacional do PT adotou uma postura salomônica para evitar um racha na sigla: dividir a presidência do PT em Fortaleza entre os concorrentes Acrísio Sena e Deodato Ramalho. Vereador, Acrísio havia ganho a eleição interna na legenda por diferença de apenas três votos. O resultado foi então questionado na instância partidária pelo ex-vereador e advogado Deodato Ramalho.

 

Henrique Araújo

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