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Solidariedade rejeita apoio a general e se aproxima do governo Camilo

2018-05-16 01:30:00
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Integrando a ala da oposição desde o início do governo Camilo Santana (PT), o Solidariedade pode desembarcar da oposição e aderir ao governo petista a poucos meses da eleição. Seria mais uma baixa da oposição no Ceará após perda do MDB e PR. O presidente estadual da legenda, deputado Genecias Noronha, é quem admitiu ao O POVO a possibilidade.

 

A principal razão seria a pré-candidatura do general Guilherme Theophilo ao governo do Ceará. Noronha condiciona apoio ao grupo da oposição apenas com as candidaturas de Tasso Jereissati (PSDB) ou Capitão Wagner (Pros) ao Palácio da Abolição por ter maior “potencial” de voto.

 

“Com Wagner e Tasso nós vamos até o fim. Eu acho muito tarde para viabilizar uma candidatura (desconhecida) com chance de vitória por conta de quem está em cima. Tem que ser um nome trabalhado desde o ano passado”, criticou o parlamentar.

 

Quem costura a possível aliança do SD com o governo é o senador Eunício Oliveira (MDB), que deixou a oposição recentemente. Tentando viabilizar a candidatura à reeleição no grupo liderado pelos irmãos Ferreira Gomes, o presidente do Senado tenta fortalecer a base camilista.

 

Genecias admitiu que tem mantido conversas semanalmente com Eunício Oliveira e que já recebeu dele diversos convites para integrar o governo estadual.

 

Apoio do SD ao presidenciável Ciro Gomes (PDT) também está entre as pautas discutidas. De acordo com Genecias, o presidente nacional do partido, Paulinho da Força, não descarta apoiar o cearense na disputa presidencial.

Quem se incomodou com a movimentação foi o deputado estadual Heitor Férrer. Agora no SD, o parlamentar já deixou o PDT e o PSB após as legendas se aproximarem de Ciro e Cid, adversários políticos de Heitor. Ao O POVO, o deputado diz esperar da instância estadual a liberação para continuar agindo com independência caso a aproximação com o governo se consolide.

 

“O Genecias sabe da minha posição e sabe por que eu fui para o SD. Por ser um partido de oposição ao status quo que está aí. Sabe desde o princípio que eu não voto em Ferreira Gomes nem em Camilo”, disse Férrer.

 

Vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT) disse que “quanto maior a estrutura (de campanha) melhor” e que é “natural” a aproximação de partidos da oposição pelo governo feito por Camilo.

 

O deputado Elmano de Freitas (PT) disse que o partido tem profundas divergências com o Solidariedade, e lembrou que Genecias Noronha foi um dos grandes defensores do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ). O governista, no entanto, relembrou que no arco de aliança do governador tem o DEM, que também tem divergências ideológicas com a legenda que governa o Estado. “Vamos debater isso no âmbito partidário”, prometeu.

 

Wagner Mendes

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