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Preso político cearense foi morto com injeção para cavalos

2018-05-17 01:30:00

 

Mais um cearense está na lista de morte do ditador Ernesto Geisel (1974-1979). É José Montenegro de Lima. O integrante do Partido Comunista do Brasil (PCB) que foi torturado e executado após aplicarem uma injeção utilizada para “sacrificar cavalos”. As informações constam no relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Concluído em 2014, CNV recomendou a abertura do inquérito para julgar os supostos envolvidos e tentar localizar os restos mortais do comunista.

 

Além de José Montenegro foram mortos ou desapareceram, após o presidente Geisel autorizar em 1974 a eliminação de inimigos da ditadura cívico-militar (1964-1985), os cearenses Pedro Jerônimo de Souza e Antônio Teodoro de Castro. Frei Tito de Alencar, que se suicidou na França, é relacionado por causa da perseguição extrema que sofrei do do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

[SAIBAMAIS]

Em dezembro de 1996, por determinação da Lei no 9.140/95, José Montenegro foi reconhecido pelo Estado brasileiro como desaparecido político. O caso foi reaberto em 2011, em São Paulo, com a instauração Procedimento Investigatório Criminal nº 1.34.001.007774/2011-89 do do Ministério Público Federal (MPF).


Os procuradores denunciaram o coronel Audir Santos Maciel, ex-chefe do DOI-Codi, por homicídio e ocultação de cadáver. A Justiça rejeitou a ação sob o argumento de que o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da Lei da Anistia em 2010.


Dias antes do pesquisador Matias Spektor (FGV) revelar o memorando da Agência Central de Inteligência (CIA) que relata a ordem do presidente Ernesto Geisel para que os órgãos de repressão continuasse a exterminar opositores, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu autorização para reabertura do caso. Sob alegação que os responsáveis por torturas e desaparecimentos forçados não podem ser protegidos do braço da Justiça


José Montenegro, segundo os documentos e depoimento da CNV, foi preso entre os dias 2 entre os dias 29 e 30 de setembro de 1975, em São Paulo (SP), “em contexto de sistemáticas violações de direitos humanos” .


Em São Paulo, após fugir de Fortaleza por causa do indiciamento de seu indiciamento no inquérito da União Nacional dos Estudantes, Montenegro entrou na clandestinidade. Ele um dos principais responsáveis pela produção e distribuição do jornal Voz Operária. Depois de preso, torturado e morto seu corpo foi jogado no rio Avaré. Um cemitério subaquático, de acordo com o depoiemnto do sargento Marival Chaves à CNV.

 

Demitri Túlio

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