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Montenegro entrou no PCB em 1963

2018-05-17 01:30:00

O ex-guerrilheiro do Araguaia e hoje sociólogo Pedro Albuquerque foi quem levou José Montenegro de Lima para o PCB. Os dois eram estudantes, em 1963, do curso de Estradas da Escola Industrial em Fortaleza, atual Instituto Federal de Educação, Ciência do Ceará (IFCE).


Pedro Albuquerque recorda que militaram na capital cearense até o golpe militar em 1964, quando entraram para a clandestinidade e tiveram que deixar o Estado. “A última vez que nos vimos foi em 1972, em São Paulo. Eu estava indo para o Araguaia”, conta o ex-preso político.


Para Albuquerque, a decisão do presidente Ernesto Geisel em dar continuidade a eliminação de opositores fazia parte de um medo do regime militar em enfrentar, “na luta política”, o PCB. Segundo o sociólogo, o Partidão, contrário à luta armada, tinha capilaridade e seria um fardo mais pesado ainda após reabertura política iniciada por Geisel.


Segundo o ex-perseguido político, o regime militar acuou os grupos da resistência armada no que eles não sabiam fazer - que era a guerrear. “Com o PCB, a ditadura temia a presença da esquerda na luta política. Então, a saída era autorizar as mortes. Limpar o caminho para a transição política”, avalia.

 

Gabrielle Zaranza

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