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Meirelles fica isolado na defesa do governo

2018-05-11 01:30:00

 

O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB à Presidência da República, ficou isolado na defesa do governo ontem, em debate que reuniu no mesmo palco em Gramado (RS), cinco presidenciáveis: Guilherme Boulos (Psol), Manuela Dávila (PCdoB), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos).

 

O emedebista, que viajou em jato fretado, chegou atrasado ao local do evento e foi acomodado ao lado de Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Os dois se cumprimentaram, mas não se falaram até o fim do debate.

 

Na outra ponta, Manuela e Ciro mostraram afinidade e trocaram olhares cúmplices e comentários no intervalo das falas dos adversários. Quando a deputada do PCdoB pediu água durante sua fala, Ciro se levantou e levou seu copo até ela. Foi recompensado com elogio. "É um cavalheiro. Por isso é meu amigo".

 

Enquanto aguardava sua vez de falar, Meirelles ouviu calado os petardos. "As famílias Setúbal e Moreira Sales acabaram de botar no bolso R$ 9 bilhões de dividendo sem pagar um centavo, enquanto a classe média morre com 27% na fonte", disse Ciro citando duas famílias que controlam bancos.

 

Na saída do evento, Meirelles estava atrás de Ciro, aguardando sua vez de falar com a imprensa, quando o pedetista citou seu nome. "A ideologia no Brasil tem passado do limite a ponto de impedir a racionalidade. Veja o Meirelles: é um bom amigo, mas parece que está em outro país. Para ele, está tudo bem e tal", disse.

 

"São coisas malucas que o filtro ideológico não permite ver. Esse 1% que o Brasil teve de crescimento nominal em 2017 foi puxado pelo agronegócio por dois fatores: estação climática perfeita e uma recuperação de preço no estrangeiro", completou.

 

Meirelles, por sua vez, esforçou-se para defender Temer. "Acredito na educação. Estudei em escola pública. Concordamos que é preciso investimento em educação, mas o discurso vazio não resolve a realidade".

Agência Estado

 

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