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Ordem de prisão divide lideranças políticas e presidenciáveis

2018-04-06 01:30:00

 

Ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu ontem pré-candidatos à Presidência e lideranças políticas do Brasil e do Ceará. Entre presidenciáveis, a maioria lamentou a ação, com três deles destacando, no entanto, a importância do fato para o “combate à impunidade”. Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por sua vez, fez comemoração sutil à decisão.

 

Um dos primeiros a se manifestar foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB. Em sua página no Twitter, o tucano afirmou que era “lamentável” ver a decretação da prisão de um ex-presidente. “Mas tenho a convicção de que isso simboliza uma importante mudança que vem ocorrendo no Brasil: o fim da impunidade”.

[SAIBAMAIS] 

Já o presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência pelo DEM, Rodrigo Maia (RJ), afirmou que aqueles com responsabilidade pública não poderiam celebrar a ordem de prisão de um ex-presidente. Já Marina Silva (Rede) classificou o fato como “acontecimento triste”, mas destacou que leis são feitas “para todos”.

 

Já Bolsonaro apenas publicou um sinal de positivo no Twitter seguido de "boa noite".

Entre os pré-candidatos da esquerda, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse que estava "acompanhando com muita tristeza" o que estava acontecendo. "Parte importante do País na qual me incluo não consegue ver justiça, muito menos equilíbrio em providência tão amarga, enquanto remanescem intocados notórios corruptos do PSDB”.

O pré-candidato do PSol a presidente, Guilherme Boulos disse que os movimentos sociais não vão assistir "passivamente" à prisão. Ele convocou a militância a se reunir em São Bernardo do Campo (SP), cidade do petista. “Seguimos juntos, Lula! Vamos à luta!”, disse a candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila.

 

Presente na sede do Instituto Lula nas primeiras horas após a ordem de prisão do ex-presidente, o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), foi dos primeiros políticos a falar à imprensa da reação do petista ao mandado. “Lula recebeu com muita tranquilidade”, disse.

 

O governador Camilo Santana (PT) divulgou nota se dizendo "profundamente triste" com a ordem de prisão, mas não chegou a questionar o julgamento. "O maior presidente que este País já teve (...) a Lula, toda a minha solidariedade, respeito e gratidão”.

 

Se o Judiciário acabou poupado por Camilo, o mesmo não ocorreu na fala da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). “Esse processo é inteiramente político”, disse, associando a prisão de Lula ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. “Faz parte desse processo. Lula é líder em todas as pesquisas, e pode significar a reversão de todas essas medidas (reformas do governo Temer)”.

 

Carlos Mazza

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