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Lula diz que decisão foi o "sonho de consumo" do juiz

2018-04-06 01:30:00
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Com a prisão decretada pelo juiz Sergio Moro na tarde de ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista durante percurso em direção ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), que a decisão é um “absurdo” e que o juiz não respeitou o fim do julgamento em segunda instância para realizar seu “sonho de consumo”, que seria prender o petista, e que estaria agindo politicamente para tal.

 

A entrevista foi concedida a Kennedy Alencar, da rádio CBN, conforme relata o próprio jornalista no Twitter. Segundo Alencar, Lula ainda não decidiu se irá se entregar à Justiça ou não – já que Sergio Moro estabeleceu que o ex-presidente deve comparecer até as 17 horas de hoje – e que irá aguardar orientação de advogados para definir.

 

“O sonho de consumo desse pessoal e do Moro é me manter pelo menos um dia preso na cadeia. Moro aposta na radicalização, mas estou calmo e sereno, e vou aguardar as orientações do meu advogado”, disse Lula.

 

O ex-presidente atacou ainda mais Sergio Moro, dizendo que o juiz “agiu politicamente” para impedir direito de defesa porque não respeitou julgamento de embargos dos embargos de declaração, que deveria ocorrer dia 9, e se antecipou à sinalização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, de que seria favorável a uma liminar de ação declaratória de constitucionalidade (ADC).

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Em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), onde ocorre ato de apoio a Lula, quem se manifestou foi a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela afirmou na noite de ontem que Lula vai saber enfrentar o momento. “Ele é uma pessoa íntegra, forte e corajosa”, disse. “Ele vai enfrentar com a tranquilidade que têm os inocentes”, acrescentou. “Nós resistimos, a resistência pacífica daqueles que têm voto”, afirmou Dilma.

 

A ex-presidente reiterou que considera Lula inocente e disse que não se pode prender ninguém antes que todos os recursos sejam esgotados. “Lula ainda tinha o direito de recorrer, eles se apressaram”, declarou.

 

Para ela, a prisão de Lula representa mais uma fase do golpe iniciado com o processo de impeachment, em 2016. “Colocaram no Planalto uma quadrilha”, disse. “Estão impunes aqueles que passeiam para lá e para cá com malas de dinheiro”, afirmou.

 

O ex-presidente foi à sede do Sindicato dos Metalúrgicos por volta das 19 horas de ontem para se reunir com lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), após o anúncio do mandado de prisão expedido pelo juiz Sergio Moro.
Além de Lula e Dilma, reuniram-se no ABC, em São Bernardo do Campo, o deputado Paulo Pimenta, o senador Lindbergh Farias, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, os governadores Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí), Guilherme Boulos, líder do MTST, e Wagner Santana, presidente do sindicato.

 

Destes, o senador Lindberg também subiu ao carro de som para discursar, assim como fez a ex-presidente. Mais cedo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Wagner Santana, também havia subido para dizer que Lula não iria se entregar.

 

Fora da sede, manifestantes ligados a movimentos sociais compareceram por volta das 20h45min e seguiram em marcha até o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Da janela do prédio, o ex-presidente Lula acenou. Os apoiadores de Lula gritavam frases em defesa do petista e fizeram vigília em frente ao prédio.

Com Agência Estado

 

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