A semana decisiva para o futuro político do ex-presidente Lula movimenta o País inteiro por meio das manifestações. O julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do petista deverá ser julgado amanhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Caso a maioria dos ministros entenda que a prisão após condenação em segunda instância não pode ser executada, Lula poderá dar seguimento à pré-campanha presidencial.

 

A possibilidade da concessão de “um salvo-conduto” ao ex-presidente movimenta a classe jurídica e grupos alinhados com a direita. O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua divulgam nas redes sociais as cidades que deverão promover mobilizações pela negação do habeas corpus a Lula.

[SAIBAMAIS] 

“Se o Supremo conceder o habeas corpus ao ex-presidente, a Operação Lava-Jato será derrubada. Não apenas moralmente, mas juridicamente, aliás, uma vez que a decisão favorável a Lula gerará uma nova jurisprudência”, diz texto publicado em uma rede social do MBL. O movimento prevê atos em mais de 100 cidades.

 

Por outro lado, partidos políticos e grupos alinhados com a esquerda pedem “Lula Livre” em dezenas de cidades. Para o grupo político do ex-chefe do Planalto, a prisão do petista, que é líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro seria a comprovação de “perseguição política”, já que não haveria base jurídica para a condenação, segundo a defesa.

 

“Minha expectativa é de que o Supremo reafirme as garantias constitucionais do artigo 5º da Constituição Federal e conceda o habeas corpus. Não existem provas contra o ex-presidente Lula e isso define que há perseguição política ao maior e melhor presidente da história do Brasil, visando exclui-lo do processo eleitoral”, disse o senador José Pimentel (PT).

 

Ontem, no Rio de Janeiro, além do ex-presidente Lula, o pré-candidato à presidência pelo Psol, Guilherme Boulos, o deputado estadual também do Psol, Marcelo Freixo e a pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, estiveram reunidos no Circo Voador, em um ato suprapartidário “em defesa da democracia, contra o fascismo, a violência como forma de expressão política”.

A possível concessão do habeas corpus a Lula, no entanto, ainda não muda a jurisprudência do STF em relação às prisões em segunda instância. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, não pautou o assunto, que acabou sendo levado à discussão por ser uma provocação individual.

 

ATAQUE

A mobilização conjunta dos partidos de esquerda foi iniciada após um dos ônibus da caravana "Lula pelo Brasil" ser atingida por vários tiros de arma de fogo. Ainda não há informações de envolvidos no que a Polícia Civil considera tentativa de homicídio.