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Congresso precisa de "coragem"

2018-03-07 01:30:00


Participando da sessão temática da Segurança Pública ontem no Senado Federal, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o Congresso Nacional precisa de “coragem”promover as mudanças no setor em crise.

 

“Precisamos de coragem para enfrentar aquilo que, de certa forma, no passado, não seria possível, porque a crise hoje é, em larga medida, madura e é transversal: todas as classes, todos os estados, todas as regiões a vivem”, disse o ministro, ao comparar o crescimento da violência ao enfrentamento da superinflação, nos anos 1990.

 

Jungamnn defendeu que o Brasil precisa de “nova arquitetura constitucional” e da “união da sociedade” para enfrentar a crise na segurança. Para ele, o problema já é antigo, mas o parlamento tem a oportunidade de fazer mudanças que antes poderiam não ser aceitas.

 

 

O ministro comparou o tema da segurança com áreas como saúde e educação. Para Jungmann, a Constituição garantiu pisos de investimento nessas duas áreas, mas não à segurança pública. “O sistema ou a arquitetura constituída em 1988 está falida. Faliu e não estou me referindo aos operadores que fazem isso. Estou dizendo simplesmente que, com esse sistema, não vamos superar essa crise que estamos vivendo”.

 

Concordando com o ministro, o senador Tasso Jereissati (PSDB), que solicitou a reunião para discutir o assunto, reforçou a responsabilidade do Legislativo. “Temos que ser parceiros fundamentais nessa luta contra a violência, legislando, participando ativamente sobre o que estamos percebendo nos nossos estados. Temos responsabilidade, até porque nos nossos estados somos cobrados e não temos respostas”, disse.

 

O senador Eunício Oliveira (MDB) apontou uma “desorganização geral” nas políticas de segurança pública, evidenciada pela pouca quantidade de dados confiáveis. “Se não conseguimos sequer centralizar informações sobre resultados das investigações, há um problema grave na gestão de nossa estrutura policial. A qualidade do trabalho da inteligência policial fica obviamente comprometida se isso não for concretizado”, criticou.

Wagner Mendes, com agência Senado

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