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Parlamentares da base e de oposição ao governador Camilo Santana (PT) se articulam nos bastidores da Assembleia Legislativa para criar movimentos de discussão e articulação de propostas contra a onda de criminalidade protagonizada por facções criminosas no Ceará.

Aliados do governador se articulam para montar um seminário envolvendo diversos atores locais e interestaduais que possam apresentar medidas ao Executivo estadual para conter o avanço da violência urbana. A decisão, anunciada ontem pelo presidente da ALCE, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), veio após a quarta chacina no Estado. Na madrugada de sexta-feira, 9, para o sábado, 10, sete pessoas foram assassinadas no bairro Benfica.

De acordo com o parlamentar, a “Assembleia quer contribuir, quer fazer sua parte como está fazendo em todos os momentos em que é exigida pela sociedade”. “Vamos convidar universidades, secretários da Segurança Pública do Nordeste e palestrantes que entendem e estudam segurança para trazer luz pra isso”, anunciou Zezinho. A expectativa é que o espaço de proposituras seja instaurado em maio deste ano.

 

Questionado pelo O POVO sobre a previsão da Casa de votar matérias urgentes relacionadas ao tema, ele disse que a Assembleia já está trabalhando na área. “Tudo o que tiver sobre segurança vamos votar, a Assembleia está fazendo a sua parte. Tudo o que o Executivo faz, 99%, passa pela Assembleia”, afirmou.

 

Por outro lado, a oposição se empenha na instalação de uma Comissão Especial com finalidade de apresentar propostas que possam ser acolhidas pelo Governo no combate à insegurança no território cearense.

 

Questionado sobre o motivo da divisão das discussões, entre Comissão e seminário, o idealizador da Comissão de Promoção da Segurança Pública e Geração de uma Política de Paz, o deputado Carlos Matos (PSDB), afirmou que a iniciativa da Mesa Diretora tem cunho mais interestadual, diferente da comissão, que ainda aguarda aprovação do presidente Zezinho.

 

"Apresentamos porque vimos que o presidente estava interessado no tema. A Casa não vai ficar parada. Muitos deputados acham que o Poder Legislativo não pode ficar omisso”, disse. O líder do governo, deputado Evandro Leitão (PDT), foi um dos deputados da base aliada que assinaram a proposta de instalação da comissão.

 

Embora apoie o seminário, o deputado Capitão Wagner (PR) chamou a medida da ALCE de “eleitoreira” por ser feita no “último ano” do mandato. “É no mínimo esquisito deixar o mandato praticamente se encerrar no quarto ano para tomar uma medida como essa. Acho que o planejamento tem que ser no primeiro momento, e adiar para o último ano parece muito mais uma medida eleitoreira do que de fato uma preocupação para resolver o problema”, criticou.

 

SESSÃO SUSPENSA
A sessão de ontem da Assembleia Legislativa foi suspensa pelo falecimento do ex-deputado Jeová Costa Lima. Ele morreu ontem aos 93 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. A Casa tem a tradição de suspender as sessões em caso de falecimento de ex-parlamentares.