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Segurança pública domina debate na 1ª sessão após o Carnaval

2018-02-16 01:30:00
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Na primeira sessão após o feriado do Carnaval, a Assembleia Legislativa do Ceará foi palco de debate intenso sobre segurança pública. Mesmo com número de deputados reduzido, a discussão foi marcada por ânimos acalorados na crítica e na defesa da atuação do governador Camilo Santana (PT) para combater a violência.


Os homicídios em Fortaleza durante o Carnaval deste ano mais que dobraram em relação a 2017. Foram 21 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) só na Capital, e 59 em todo o Ceará. Os números foram destacados pelo deputado Ely Aguiar (PSDC), que relembrou recentes casos de violência, como o assalto ao músico Waldonys no Porto das Dunas na terça-feira, 13.

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O líder da oposição, Capitão Wagner (PR), e o do Governo do Estado, Evandro Leitão (PDT), protagonizaram o embate. Para o opositor, Camilo não tem atuado de forma efetiva para aplacar a violência e o crime organizado. Ele também criticou supostas tentativas do petista de colocar a culpa da violência no Governo Federal.


Evandro Leitão foi à tribuna “desmentir” o opositor. “Esse discurso de que o Governo do Estado não tem feito a sua parte é uma inverdade. São muitas ações em educação, cultura, saúde, e ninguém pode negar que o Governo está fazendo e investindo”, disse. Os deputados Julinho (PDT) e Moisés Braz (PT) reforçaram a defesa.


As críticas de Wagner também atingiram a atuação da própria Assembleia. Segundo ele, a Casa não tem feito a “sua parte” por não instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico, cujo pedido de abertura é de 2015.

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Contestando Wagner, Evandro afirmou que a Casa tem aprovado leis importantes para a segurança, como o aumento da média salarial da Polícia. Ele disse que é a favor da CPI, mas que não vai dar sua assinatura para a instalação. “Eu sou pai de família, meus filhos precisam de mim, eu já sou avô. Não ando com segurança 24 horas por dia, não posso ficar ao léu, podendo sair ali na esquina e levar um tiro”, disse.


Fala gerou reação de Wagner, que argumentou que ela demonstra que “nem o líder do Governo confia na segurança do Estado do Ceará”. Em tom informal no Plenário, longe do microfone e das câmeras, ele chegou a afirmar que a Assembleia é “frouxa”.


Evandro, mais uma vez, contestou. Ele disse que o que está atrasando a instalação são outras CPIs que estão na frente. Sobre sua declaração, afirmou que “acredita tanto na segurança do Estado” que não anda com segurança particular nem tem policial no seu gabinete.

Letícia Alves

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