Presidente do Renova, o executivo e investidor Eduardo Mufarej afirma que o grupo promove espaço para diálogo entre pessoas de diferentes partidos. Ele reafirma que o movimento é apartidário e nega que o Renova apoie algum tipo de candidatura presidencial neste ano, como a do apresentador Luciano Huck, um dos apoiadores do fundo. O foco é formar lideranças, diz Mufarej.

 

“Tem muita gente que entra no Congresso, nas Câmaras Municipais e Assembleias Estaduais sem nenhuma base. O Renova vai ser um instrumento de formação. Nossos documentos vão estar disponíveis, inclusive vamos ceder para as fundações dos partidos que quiserem usá-los”, afirma.

 

Mufarej disse ainda que pretende ampliar a dimensão regional do programa, que teve mais aprovados em estados como Rio de Janeiro e São Paulo. Dos quatro cearenses, dois são da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, e os outros dois são filiados do Partido Novo, agremiação de cunho neoliberal. O Renova só aceita bolsistas que nunca tenham usufruído de mandato eletivo. O intuito é trazer caras novas para a política. Além de provas, a seleção também avaliou as publicações dos bolsistas nas redes sociais e vasculhou se eles estariam envolvidos em algum tipo de ação de má conduta na Justiça.

 

Um dos nomes que mais se destacaram na criação do Renova Brasil foi o apresentador da TV Globo Luciano Huck. Havia rumores de que o movimento o apoiaria em candidatura à Presidência, mas Mufarej nega que o programa assuma qualquer posição partidária nas eleições 2018.

 

O Renova Brasil foi criticado por partidos da esquerda. O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), por exemplo, afirmou que o fundo seria “uma privatização da política”. De acordo com participantes, nenhum dos 100 bolsistas seria do PCdoB, Psol ou PT. A assessoria do Renova afirmou que ainda não possui levantamento de quantos pessoas de cada partido chegaram a se candidatar e foram aprovadas.