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Luciano Huck aborta plano de disputar o Planalto

2018-02-16 01:30:00
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O apresentador Luciano Huck decidiu manter a decisão de não se candidatar à Presidência da República na eleição deste ano. Huck optou pela carreira de sucesso na televisão à aventura de uma disputa presidencial. Ele vinha sendo cobrado pela TV Globo a se definir, o que fez ontem. “Não serei candidato, mas não quero falar mais sobre o assunto agora. Preciso digerir a decisão”, disse Huck.


O apresentador chegou a anunciar que não seria candidato em artigo no jornal Folha de S.Paulo, em novembro do ano passado, mas voltou a se movimentar em janeiro, se reunindo com líderes políticos, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e representantes do setor econômico. A informação sobre a desistência de Huck foi revelada pelo site O Antagonista.

[SAIBAMAIS]

Huck passou a circular novamente justamente após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que tende a impedir sua candidatura a mais um mandado no Planalto.


O apresentador, com o discurso da renovação na política, já começava a ser tratado como uma alternativa na disputa presidencial por líderes partidários e legendas que veem a pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) com reticências — a principal desconfiança é em relação ao potencial eleitoral do governador paulista, que ainda não atingiu dois dígitos em pesquisas de intenção de voto.

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A acolhida de FHC ao tucano gerava constrangimento no entorno de Alckmin, mas o tucano costumava elogiar publicamente Huck. Segundo pessoas próximas ao governador, ele considera que o apresentador e seu movimento, o RenovaBR, deixaram um “legado” para a eleição de 2018. Alckmin vai tentar se aproximar do grupo.


“A decisão de entrar para a política é difícil e solitária. No Brasil, ela só é uma decisão fácil pra quem já tem família na política. Para alguém como ele, sem nenhuma clã política, é uma decisão muito difícil”, disse deputado Roberto Freire, presidente do PPS, partido que negociava a filiação de Huck.


Além da questão profissional, que envolvia não apenas o próprio contrato com a Globo — Huck é dono de um dos maiores salários da televisão brasileira e sua saída da emissora obrigaria provavelmente à suspensão também do programa de sua mulher, Angélica —, mas também a exposição que a candidatura provocaria. Familiares não endossaram o projeto político do apresentador global.


Entre profissionais que discutiam a hipótese de candidatura do apresentador, a avaliação é que o projeto era viável eleitoralmente, mas exigia preparação prévia para enfrentar a arena política, o que não ocorreu. A decisão de Huck foi recebida com desalento por participantes dos principais movimentos que pregam a renovação na política. Até anteontem, os grupos ainda fechavam o texto final de uma carta-convite para Huck participar de um debate.


Humberto Laudares, um dos fundadores do Agora!, grupo do qual Huck faz parte, afirmou que “ele saindo do jogo não é uma boa notícia para a ideia de renovação”. “Independentemente de ser candidato ou não, havia na presença dele um simbolismo de uma nova geração que começava a entrar no jogo político.”


Alguns integrantes do Agora! e do RenovaBR avaliam que, com Huck fora do páreo, os grupos perdem aquilo que consideravam um trunfo: o que chamam de “a mola propulsora” de candidatos ao Legislativo oriundos do movimento.


Procurada, a assessoria de imprensa da TV Globo afirmou que não tinha informações sobre uma eventual reunião do apresentador com a direção da emissora.

Agência Estado

 

Gabrielle Zaranza

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