Wagner vai doar dinheiro de multa para clínicas de reabilitação
Em entrevista ao O POVO, o deputado Capitão Wagner se disse "feliz" com a decisão e manteve a promessa de doação de R$ 30 mil obtidos na Justiça após mover processo contra o ex-ministro Ciro Gomes por danos morais

O deputado Capitão Wagner (PR) disse ontem que irá doar para clínicas de reabilitação de dependentes químicos todo o dinheiro que receber de processos que move contra Ciro Gomes (PDT) na Justiça. Ciro foi condenado a pagar mais de R$ 30 mil por ter chamado Wagner de “chefe de milícias”.
Em entrevista ao O POVO, Wagner se disse “feliz” com a decisão e manteve a promessa de doação. “É uma decisão na primeira instância, então ele (Ciro Gomes) ainda vai recorrer, mas ficamos felizes, até porque foi cometida uma injustiça à época. Agora, na verdade são vários processos que a gente tem contra ele. Tem pelo menos outros cinco ou seis”, afirma.
Na mensagem que motivou a ação, Ciro acusa Wagner de “chefiar milícia” na Polícia Militar do Ceará e o chama de “frouxo” e “fuxiqueiro”. A sentença foi emitida em 19 de dezembro passado pela juíza Roberta Pontes Maia, da 38ª Vara Cível de Fortaleza.
A magistrada destacou entendimento do Superior Tribunal de Justiça segundo o qual o direito à livre expressão “não é absoluto”.
Em sua defesa no processo, o ex-ministro dizia ter exercido liberdade de expressão, com “crítica política inerente ao processo eleitoral”. Ciro também alegava ter sido alvo de ofensas e acusações por Wagner em diversas ocasiões.
O deputado estadual rebateu a tese: “Criticar é natural, agora acusar, caluniar, criar factoides atribuindo crime a alguém, isso não faz parte do jogo político. Isso é crime e ele tem que responder por isso”, argumentou o parlamentar.
“O povo precisa saber se Eunício vai nomear um vereador (função de Wagner à época) jovem, inexperiente e investigado como chefe de milícia, como secretário de Segurança Pública do Ceará”, disse Ciro, que ainda chama Wagner de “mocinha fuxiqueira” e covarde.
“O promovido (Ciro) fez opções infelizes de substantivos e adjetivos que superam o direito de opinar, de informar, de discutir politicamente, revelando-se propriamente em ofensas à honra e à imagem da vítima”, registrou a juíza na sentença.
Na época da publicação, no entanto, Capitão Wagner revidou críticas de Ciro, chegando a acusar indiretamente o ex-ministro de cometer
crimes e consumir drogas.
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