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Temer negocia ministério para aprovar reforma

2018-01-06 01:30:00
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A reforma ministerial “forçada” que Michel Temer (MDB) precisará fazer até o dia 7 de abril — prazo para os ministros que vão se candidatar saiam de seus postos — será usada pelo presidente para garantir a aprovação de outra reforma: a previdenciária, marcada para ser votada pela Câmara dos Deputados ainda em janeiro.


A estratégia de Temer é fazer com que a “debandada” atue a seu favor. Para isso, vai negociar os ministérios vagos com partidos que fecharem questão a favor da reforma da Previdência ou que garantam maioria de votos.

[SAIBAMAIS]

De acordo com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), a ideia é que as mudanças aconteçam paulatinamente.


No último mês, porém, três ministros foram exonerados:
Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo).

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Desses, dois foram substituídos: o PTB continuou com o Trabalho, que foi assumido por Cristiane Brasil (RJ), filha de Roberto Jefferson, presidente nacional da legenda. Já o cargo de Imbassahy, que é tucano, foi entregue a Carlos Marun (MDB-MS).


Nos bastidores, o PRB atua para continuar com a pasta de Comércio Exterior, mas não há confirmação oficial. A estimativa é que outros 14 ministros deixem seus cargos em três meses.


De acordo com Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder de Temer na Câmara dos Deputados, “o governo vai trabalhar para manter essa base aliada com ministros dos mesmos partidos”, de forma a garantir a aprovação das mudanças na aposentadoria. “Ajuda na votação (a mudança), mesmo que não houvesse a Previdência. Mas, nesse caso, ajuda ainda mais porque é uma votação decisiva para o País”, afirma.


O deputado acredita que as exonerações “apressadas” do último mês não são negativas para Temer, pelo contrário. “Até ajuda, porque ele já começa a fazer as substituições antecipadamente”, defende.


O cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, concorda. “Eles precisam fazer articulação para sua substituição. Quanto mais cedo, mais fácil substituir para os mesmos grupos políticos”, afirma.


Segundo ele, as mudanças vão seguir lógica para além da reforma da Previdência. “As escolhas de Temer serão feitas para manter sua maioria no Congresso Nacional até o fim de 2018, para que ele permaneça forte até o fim do mandato e na campanha.”


Saiba mais


Os ministros de Temer que planejam se candidatar nas eleições precisam se desincompatibilizar até o dia 7 de abril. Estima-se que outros 14 podem ser exonerados. Veja:


Quem já se despediu:


1. Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), do PRB;


2. Ronaldo Nogueira (Trabalho), do PTB, foi substituído por Cristiane Brasil (PTB-RJ);


3. Antônio Imbassahy (Secretaria do Governo), do PSDB, foi substituído por Carlos Marun (MDB-MS).

 

Quem já anunciou saída:


Ricardo Barros (PP-PR), da Saúde, já anunciou que vai sair para se dedicar às eleições, mas ainda não foi exonerado.


Quem deve sair até o dia 7 de abril:


1. Blairo Maggi (PP-MT),da Agricultura, deve tentar Senado;


2. Osmar Terra (MDB-RS), do Desenvolvimento Social, deve tentar a Câmara dos Deputados;


3. Sarney Filho (PV-MA), do Meio Ambiente, deve tentar Senado;


4. Leonardo Picciani (MDB-RJ), do Esporte, deve tentar Câmara;


5. Marx Beltrão (MDB-AL), do Turismo, deve tentar a Câmara;


6. Maurício Quintella Lessa (PR-AL), dos Transportes, deve tentar a Câmara;


7. Fernando Coelho Filho (sem partido-PE), de Minas e Energia, deve tentar Governo ou Câmara;


8. Aloysio Nunes (PSDB-SP), do Itamaraty, deve tentar Senado;


9. Mendonça Filho (DEM-PE), da Educação, pode tentar Governo, Senado ou Câmara;


10. Helder Barbalho (MDB-PA), da Integração Nacional, deve tentar Governo;


11. Raul Jungmann (PPS-PE), Defesa, deve tentar Câmara;


12. Gilberto Kassab (PSD-SP), Comunicações, deve tentar Governo ou Câmara;


13. Henrique Meirelles (PSD-SP), da Fazenda, é pré-candidato à presidência da República.

 

Letícia Alves

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