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PF indicia Haddad por caixa 2 em 2012

2018-01-16 01:30:00
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A Polícia Federal indiciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) por caixa 2 na eleição de 2012, em um desdobramento da Operação Lava Jato. Hoje ele é o coordenador do programa de governo de uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cogitado como um plano B, caso o petista fique inelegível em razão das ações às quais responde na Justiça. A pena de caixa 2 varia de três a cinco anos de prisão.


Também foram indiciados o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, o coordenador da campanha de Haddad à Prefeitura, Chico Macena, o ex-deputado petista Francisco Carlos de Souza e três pessoas ligadas a uma gráfica que prestou serviços para a campanha. A Vaccari foram apontados os crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.


O relatório de indiciamento de Haddad, Vaccari e demais investigados foi enviado na semana passada à Justiça Eleitoral. O inquérito foi aberto em 25 de novembro de 2015 após delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. O executivo relatou ter recebido pedido de Vaccari Neto “para pagamento de uma dívida de campanha” de Haddad. Segundo os investigadores, R$ 2,6 milhões ilícitos teriam sido destinados à campanha do petista.


Os valores deveriam ser pagos a uma gráfica pertencente a “Chicão”. Segundo os investigadores, trata-se de Francisco Carlos de Souza, ex-deputado estadual pelo PT. Pessoa narrou que o pagamento foi realizado pelo doleiro Alberto Youssef, “responsável por gerenciar a contabilidade paralela, à margem da legalidade, da empreiteira”. Youssef está em prisão domiciliar. Vaccari está preso desde abril de 2015 e condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a Corte de apelação da Lava Jato.


Ao tipificar criminalmente a conduta de Haddad, a ele atribuindo violação ao artigo 350 do Código Eleitoral (falsidade ideológica), a PF destacou que “quanto à autoria, há de ser imputada àqueles que subscreveram a prestação de contas, ou seja, o então tesoureiro da campanha, Francisco Macena da Silva, bem como o candidato a prefeito e principal beneficiário dos serviços prestados, Fernando Haddad”.


“Por outro lado, há fortes indícios de se estar diante de uma união concertada de vontades, estável e permanente, que vem se prolongando ao longo dos últimos anos, ao menos desde o ano 2012, estabelecida entre os responsáveis pelas empresas gráficas (Francisco Carlos de Souza, Ronaldo Cândido de Jesus, Zuleica Lopes Maranhão de Souza e Gilberto Queiroz de Souza), estruturada para o fim de promover a lavagem de capitais mediante atuação no mercado gráfico, com a prestação de serviços a partidos políticos e, concomitantemente, o recebimento de valores decorrentes de atividade criminosa”, assinala o relatório. “Configura-se aqui, portanto, verdadeira associação criminosa, formada pelos indivíduos relacionados”.


“Perseguição política”

O PT falou em “perseguição política”. “Factoides como este demonstram a partidarização de setores do sistema policial e judicial, que abusam da autoridade para promover perseguição política, como é também o caso da abertura de inquérito contra os companheiros Ideli Salvatti, Jorge Bittar e Edson Passos, sem qualquer base em fatos ou condutas ilegais”, afirmou a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

 

“É mais uma tentativa de politizar um debate que deveria ficar no campo das provas. Haddad é uma pessoa que conduziu a Prefeitura da forma mais ilibada possível”, disse o presidente municipal do PT, Paulo Fiorilo.


“Esse indiciamento não tem qualquer consistência jurídica. Ninguém indicou a participação do Haddad em atos ilícitos. A projeção do Haddad faz com que queiram incinerar todo o entorno do Lula”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes do PT.

Agência Estado

 

Gabrielle Zaranza

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