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Geraldo Alckmin é pressionado pelo PSDB

2018-01-11 01:30:00
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Com a necessidade de mostrar viabilidade eleitoral, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é pressionado pelo partido para crescer nas pesquisas e atrair aliados na disputa pela presidência da República. Além da pressão interna, o tucano também passa a enfrentar concorrência do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), que lançou pré-candidatura ontem ao Planalto.


Com João Doria praticamente fora do cenário, Alckmin é tido, em princípio, como a única opção da sigla. Em artigo publicado no jornal O Globo, no domingo, 7, o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, sugeriu nomes fora do tucanato, em caso de inviabilidade do governador paulista, para evitar o sucesso eleitoral de “extremos” — Lula ou Bolsonaro.

[SAIBAMAIS]

O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-MG) admitiu que a pressão existe e que a necessidade de crescimento é urgente pelos prazos implementados pelo calendário eleitoral. “Pressão existe. Ele precisa crescer. E quanto mais crescer, é mais ânimo na militância”, disse. O mineiro, no entanto, adianta que a legenda não possui plano B, e que ainda não foi discutida internamente essa possibilidade.


Ele diz que a opinião de FHC, cristalizada no artigo, é voz isolada dentro do partido. “FHC merece respeito e consideração, mas depois de uma certa idade a pessoa pode falar o que quer e não vê consequência”, contou ao O POVO.


Na última terça-feira, 9, o governador de São Paulo chegou a dizer que o ex-presidente foi “mal interpretado” quando citou diversos nomes como presidenciáveis além do dele. “O que ele falou é que é preciso unir o centro”, minimizou.


O deputado Raimundo Matos (PSDB) é outra liderança tucana que admite a pressão pelo crescimento de Alckmin nas pesquisas. “Se não começar (a se movimentar) agora, em março não tem dois dígitos (nas pesquisas). Isso (crescimento) facilita as composições com os partidos, as coligações”, disse.


Para Matos, no entanto, o crescimento do paulista ainda não ocorreu por ainda não haver pauta nacional no discurso do governador. Para o parlamentar, Alckmin precisa incrementar nas suas declarações uma agenda para a o Nordeste.


Geraldo Resende (PSDB-MS) é outro tucano a afirmar que o ex-presidente da República é voz única dentro da sigla sobre a possibilidade de considerar nomes de fora do partido para o projeto político tucano. “É apenas a retórica de um grande sociólogo que pode se dar ao luxo de fazer especulações”, pontua.


Resende crê que o gestor de São Paulo deve crescer na medida em que começar a pré-campanha e elencar nos discursos uma pauta nacional. “Pelo que eu entendo, o partido está dando todas as condições para o governador”.

 

Wagner Mendes

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