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Tucanos resistem a fechar questão sobre reforma da Previdência

2017-12-11 01:30:00
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O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin (SP), já enfrenta resistências para cumprir seu primeiro desafio político à frente do partido e, assim, fechar questão na bancada da Câmara pela aprovação da reforma da Previdência, com votação prevista na próxima semana.

 

Parte dos deputados rejeita uma possível imposição da Executiva nacional da legenda e qualquer possibilidade de punição caso votem contra as mudanças nas regras da aposentadoria. A direção tucana ainda não decidiu sobre o tema.


O governador de São Paulo, pré-candidato à Presidência da República em 2018, surpreendeu até mesmo aliados ao defender essa proposta publicamente após a convenção na qual foi eleito, no sábado, 9, em Brasília.


Seu gesto, associado aos elogios à agenda de reformas e à política econômica do governo Michel Temer, foi bem recebido pelo Palácio do Planalto e pode abrir uma janela de negociação com o PMDB para a próxima eleição.


Segundo o primeiro-vice-presidente do PSDB, também eleito no sábado, governador Marconi Perillo (GO), o governo precisará liberar emendas aos parlamentares para conseguir aprovar a reforma.


Os líderes do PSDB terão dificuldades para unificar a bancada. O Placar da Previdência, elaborado pelo Grupo Estado, mostra que dos 46 deputados federais do PSDB, apenas sete disseram que votarão a favor da reforma - 12 são contrários à proposta, 11 estão indecisos e 16 não quiseram responder. "Fechar questão é uma medida extrema. Isso ainda não foi discutido", disse o deputado federal Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara.


Em avaliações reservadas na legenda, tucanos afirmam que o fechamento de questão, caso seja aprovado pela Executiva nacional, terá apenas um valor simbólico, uma vez que não haveria punição para quem descumprisse a ordem partidária. "Se for para expulsar o deputado do partido, acho difícil fechar questão. Hoje não há consenso na bancada", afirmou o senador Tasso Jereissati (CE).


Com a determinação, porém, os deputados federais dizem que ganhariam o argumento em suas bases de que foram "obrigados" a seguir a orientação do PSDB. Alckmin já afirmou que pretende trabalhar para persuadir os parlamentares sobre a necessidade de aprovação da reforma.


"O que o governador Geraldo Alckmin disse é que o convencimento é a melhor maneira de conseguir votos. O fechamento de questão vai ser discutido pela bancada e pelo partido se o projeto for colocado em votação", disse o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB.

Sem avanços


Durante sua breve interinidade no comando do PSDB, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman tentou convocar a Executiva para discutir o fechamento de questão, mas não obteve êxito. A primeira reunião da nova Executiva tucana deve acontecer nesta semana. Alckmin vai se encontrar antes com a bancada para discutir a reforma da Previdência.


A avaliação no entorno do governador paulista é de que, se ele conseguir fechar questão ou pelo menos ampliar a margem de votos favoráveis à reforma entre os deputados, seu nome será visto como líder desse processo, o que lhe colocaria em evidência como representante do centro político.


"Antes (da convenção) tudo se resumia a sair ou ficar no governo Agora que saímos, a questão é saber se votaremos ou não a favor da reforma da Previdência", disse o ex-senador José Aníbal, atual presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço teórico do PSDB. 

 

(das agências de notícias)

Adriano Nogueira

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