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Presidente do PT diz que Ivo foi "ingrato e grosseiro" com Camilo

2017-12-04 01:30:00

O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, interpretou como “ingratidão” e “grosseria” o comentário do prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), sobre a aliança entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), e o governador Camilo Santana (PT). Em publicação nas redes sociais na última sexta-feira, 1º, Ivo Gomes se mostrou incomodado com a união entre Camilo e Eunício e cutucou o petista. “Lula fazendo escola no Ceará”, escreveu.

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A crítica de Ivo é referência à postura do ex-presidente da República, que já afirmou estar “perdoando os golpistas” e tem se aproximado de nomes do PMDB como o senador Renan Calheiros. Em nota publicada ontem, De Assis repudiou a declaração do prefeito de Sobral e lembrou que Ivo foi eleito com apoio do PT, citando a vice-prefeita de Sobral, Christiane Coelho, que é filiada ao partido.


Em tom contundente, o dirigente petista diz que a sigla teve “papel decisivo” nas duas eleições de Cid Gomes, irmão de Ivo, e “soube ter grandeza” ao indicar o nome de Camilo Santana como sucessor no Palácio da Abolição. “Ivo Gomes tem obrigação de saber que um dos principais fatores para que a gestão de Cid Gomes fosse vitoriosa e benéfica ao povo cearense, foi a generosa parceria do Governo Federal, então comandado pelo PT, com Lula e depois com Dilma”, escreveu De Assis.


“É espantoso que Ivo Gomes cometa tamanha grosseria e ingratidão contra quem tanto ajudou o Ceará e contra quem tão bem está governando o nosso Estado”, continuou, destacando que “não é demérito” dizer que Lula fez escola no Estado.


O presidente do PT também disse que vai continuar repudiando “qualquer tentativa de desqualificar quadros” do partido, citando os deputados federais José Guimarães e Luizianne Lins, e o senador José Pimentel.

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O POVO procurou a assessoria de comunicação do prefeito do Sobral, que informou que Ivo Gomes não iria se manifestar sobre a nota.


Reação

A postagem de Ivo Gomes sobre a aliança entre Camilo e Eunício ocorreu um dia após os dois dividirem palanque em Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, em mais um reforço de união para as eleições do próximo ano.

Após o episódio, o diretório estadual do PT também aprovou por unanimidade uma resolução dizendo que não vai abrir mão da vaga para o Senado em 2018. De Assis Diniz, no entanto, defende que a relação entre Camilo e Eunício é “natural”, mas que precisa ser debatida se avançar com vistas às eleições de 2018. Segundo ele, o governador deverá apresentar os argumentos e convencer o partido sobre a aliança, o que ainda não ocorreu.

Rômulo Costa

 

Adriano Nogueira

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