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Povo não tem apreço pelas instituições, diz Michel Temer

2017-12-19 01:30:00

O presidente Michel Temer afirmou ontem que o povo brasileiro não tem apreço pelas instituições e que o comportamento das Forças Armadas como “disciplina, hierarquia e organização” deveria servir de exemplo.


“Convenhamos, nós no Brasil não temos muito apreço pela hierarquia, pela organização, não temos muito apreço pelas instituições”, afirmou, durante cerimônia de apresentação de oficiais-generais promovidos, na base aérea de Brasília. “Não são poucas as vezes que digo que temos que reinstitucionalizar o País”, completou.


Temer, que costuma ter uma relação de proximidade com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, fez críticas ao fato de que as autoridades não podem manter diálogos que a relação gera desconfiança.


“Verifico que, se alguém do Executivo fala com alguém do Judiciário, isso já gera uma especulação, o que é desmoralizante para quem ouve”, disse. “Porque se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo a ponto de ele mudar uma opinião pessoal ou jurídica, ou científica ou o que seja, é porque ele não se presta para o cargo que exerce”, completou.


O presidente disse que as relações institucionais entre os entes é fundamental porque todos “são autoridades constituídas”. “Nós temos o dever de olhar para o Brasil, agir na nossa pátria como quem quer o progresso do seu povo”, destacou, ressaltando também ter um respeito pela liberdade de imprensa. “Eu respeito a imprensa.

Eu gravo em alto e bom som: viva a liberdade de imprensa, pois ela é fiscalizadora.”


Temer disse que tem orgulho dos relatos que destacam o que seu governo conseguiu fazer em apenas um ano e meio. “Jungmann citou feitos desse governo que não foi de 4 anos, mas de um ano e 8 meses”, disse, referindo-se ao discurso que o antecedeu do ministro da Defesa, Raul Jungmann.


Ao elogiar o ministro, Temer citou ainda que, por meio das Forças Armadas, o Brasil “ultrapassou fronteiras, numa concepção muito positiva”. No início do mês, o Comando do Exército demitiu do cargo o general da ativa do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, depois de ele dizer que Temer promovia um “balcão de negócios” no Congresso para tentar chegar ao fim do mandato. O general também citou casos em que as Forças Armadas, em seu entendimento, deveriam intervir no País para evitar o caos. Mourão não descarta lançar-se candidato a um cargo político nas eleições de 2018.
(Agência Estado)

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