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Possibilidade de aliança abre debate no PT

2017-12-23 01:30:00

Mesmo sendo líder do PT no País, pedido de Lula para que o partido no Ceará se alie ao senador Eunício Oliveira (PMDB) nas eleições de 2018 deve enfrentar resistência de lideranças locais. A previsão é que a hipotética aliança seja tema principal de discussão interna dos petistas cearenses após o dia 24 de janeiro, data do julgamento dos
recursos do ex-presidente Lula.


Conforme reportagem do O POVO na última quinta-feira, 21, o presidente do Senado Eunício Oliveira revelou que Lula lhe teria dito que “conversou com o PT do Ceará sobre uma possibilidade de aliança política”, iniciativa que foi confirmada pelo deputado federal José Guimarães (PT). “Lula pediu para eu fazer um balanço e retomar tudo após o dia 24”, disse Guimarães.


Pará Deodato Ramalho (PT), que divide a presidência do PT em Fortaleza com o vereador Acrísio Sena (PT), apesar de Lula ser “líder inconteste”, haverá resistência do “coletivo que há no Ceará”. “É um equívoco essa possibilidade de apoiar alguém como Eunício. Não vejo sentido, e acho que vai ser uma ampla discussão na base”, disse.


Segundo ele, a “coletividade natural” no Ceará tem tamanho para impedir que “até as maiores lideranças do PT não façam o que querem”. Para Deodato, o ex-presidente “continua na linha de 2002, ainda do ‘Lulinha paz e amor’”, e, por isso, “ainda não caiu a ficha que não adianta ficar defendendo” aliança “para depois levar apunhalada nas costas”.


Já Francisco de Assis Diniz, presidente do PT no Ceará, rechaça postura de “paz e amor” de Lula e alega que “quem fala isso não entende nada do que foi dito no diretório nacional” do partido, e que o governo de Lula “dificilmente será de conciliação”. (Daniel Duarte)

Adriano Nogueira

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