Meirelles ataca PSDB por 2018 e reforma da Previdência
As críticas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao PSDB e até ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tiveram o aval do presidente Michel Temer.
O movimento de Meirelles tem como objetivo não apenas se fortalecer como possível candidato à Presidência, em 2018, mas também jogar no colo do PSDB a responsabilidade por eventual fracasso na votação da reforma da Previdência.
Temer começou a desenhar uma estratégia para a eleição do próximo ano.
A ideia é reunir os principais partidos da coalizão governista em uma chapa de centro-direita para disputar a corrida ao Palácio do Planalto. Filiado ao PSD, Meirelles quer ser esse concorrente e já tenta repaginar sua imagem, para torná-la mais popular.
O outro nome que, na avaliação de aliados, pode quebrar a polarização das possíveis candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do deputado Jair Bolsonaro (PSC) é justamente o de Alckmin.
O problema é que o governador - prestes a ser eleito presidente do PSDB, em convenção marcada para sábado - já defendeu o desembarque do partido da equipe de Temer e, no diagnóstico do Planalto, dá sinais dúbios sobre a defesa da gestão do PMDB.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Meirelles disse que o governo Temer terá um candidato à Presidência, em 2018. Afirmou, porém, que esse postulante não será Alckmin.
“O PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral”, comentou o ministro. “Não há um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade.”
O ataque de Meirelles ao PSDB encontra respaldo da cúpula do PMDB, que cobra a defesa do “legado” de Temer e o apoio à reforma da Previdência, em troca de alianças para a eleição.
Adriano Nogueira