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Governo estuda votar reforma na próxima semana

2017-12-05 01:30:00
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Quatro dias após admitir que ainda “faltava muito” para o governo federal conseguir aprovar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que já contabiliza cerca de 325 votos em favor da proposta.


O presidente Michel Temer (PMDB) recobrou as esperanças e estuda votar a matéria na próxima semana, entre 12 e 14 de dezembro, dez dias antes do recesso parlamentar.


Reviravolta pode ser atribuída ao fim de semana intenso de articulações entre Temer e partidos da base aliada. O domingo foi marcado por dois encontros, um almoço no Palácio da Alvorada e um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, que reuniu o presidente, ministros, dirigentes partidários e deputados.

[SAIBAMAIS]

“(Depois da reunião) todos nós ficamos cada um com sua lição de casa, imbuídos de buscar votos. Estamos montando a estratégia para votar a reforma da Previdência na terça-feira que vem”, afirmou o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos vice-líderes de Temer na Câmara. Ele é menos otimista que Maia e admite que o governo ainda não tem 300 votos para a aprovação.

São necessários 308.


Para atingir o número, as siglas devem fechar questão, ameaçando deputados que votarem contra. O presidente da Câmara espera até amanhã ter uma estimativa dos votos para estudar se a matéria será colocada em pauta na próxima semana. “É a última chance desse ano votar na próxima semana, se conseguirmos os números”, disse.


Cenário


A esperança de Maia não é consenso na base de Temer. O vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), duvida que matéria será votada neste ano, nem mesmo em primeiro turno.

“Porque não tem voto”, justifica.


É no que também acredita Júlio César (PSD-PI), um dos vice-líderes da legenda. “Acho muito difícil (aprovar), o quórum é muito alto.

O PSD, em princípio, é favorável, mas tem muita gente do partido resistindo”, avalia.


Líder do PT na Casa, Carlos Zarattini (SP) afirma que o governo está trabalhando para conseguir os votos e “a oposição também”. “Nossa articulação é na base eleitoral dos deputados, com movimento social, procurando deputados nos aeroportos, divulgando o nome deles para eles votarem contra”, explica.


Zarattini acredita que, se a reforma não for aprovada este ano, é mais difícil que seja no próximo ano, embora não seja impossível.

“Como esse governo não tem compromisso com o povo, porque é um governo que não foi eleito, ele só tem compromisso com o mercado financeiro e não tem nada a perder. Então, eles podem voltar no próximo ano com isso.” (com agências)

 

Saiba mais


O governo já cedeu em vários pontos da reforma da e afirma que não vai mais abrir mão de nenhum ponto.


As principais mudanças foram:


Idade mínima de aposentadoria, com a regra de transição até 2042;


62 anos para mulheres e 65 para homens (INSS e servidores), 60 para professores de ambos os sexos, 55 anos para policiais e trabalhadores em condições prejudiciais à saúde;


Tempo mínimo de contribuição de 15 anos para segurados do INSS e de 25 anos para servidores públicos;


Novo cálculo do valor da aposentadoria, começando de 60% para 15 anos de contribuição até 100% para 40 anos.

Letícia Alves

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