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DEM nacional critica PT, mas minimiza aliança com Camilo

2017-12-16 01:30:00
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Partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), um dos principais aliados de Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional, o DEM é da base do governador petista Camilo Santana na Assembleia Legislativa do Ceará.


Evento de filiação do deputado federal Danilo Forte à sigla na manhã de ontem explicitou contradições da aliança local nos discursos de defesa à reforma da Previdência e de críticas ao PT.


Em defesa da mudança nas aposentadorias, Maia afirmou que nenhum político pode prometer nas eleições de 2018 “uma vaga na creche, um policial a mais nas ruas, um posto de saúde nos bairros” sem discutir a necessidade da reforma. Seu discurso também foi de elogio à “unidade” do DEM, “um partido com ideologia clara” no qual “todos pensam muito parecido”.

[SAIBAMAIS]

Questionado sobre aliança local com Camilo, que já afirmou ser contra a reforma, disse que não acredita nessa posição. “As práticas dele como governador são de um político a favor da reforma, é só olhar para o que ele já fez para organizar as contas públicas do Ceará. Ele fala uma coisa, mas a prática do governo dele está mostrando outra coisa”, disse.


Procurado, o porta-voz do governador não atendeu as ligações da reportagem. Já o líder de Camilo na Assembleia, deputado Evandro Leitão (PDT), respondeu a declaração. “As práticas dele (Camilo) são completamente antagônicas às práticas do governo Temer. As matérias que ele manda para a Assembleia vão ao encontro dos anseios da população”, defendeu. Sobre a aliança com o DEM, disse que “fazer política local é uma coisa e fazer política nacional é outra”.


A fala foi na mesma linha da do líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (PB). “As políticas locais respeitam uma realidade diferente do palanque nacional. A realidade do Ceará não muda o que o DEM defende em termo de políticas públicas para o País, apenas se respeita”, explicou.


Críticas ao PT


Um dos que fez críticas mais direcionadas ao partido de Camilo foi o ministro da Educação Mendonça Filho, também filiado ao DEM. Ele iniciou a manhã em audiência com o governador no Palácio da Abolição, onde assinaram liberação de recursos para o Estado. Mais tarde, em entrevista ao O POVO, reclamou de protesto contra a reforma da Previdência em evento de que participou no município de Maranguape. “O PT e seus aliados têm a máxima da prática da mentira e da manipulação como método político”, acusou.


Danilo Forte, recém-ingresso no Democratas, falou do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no seu discurso. Dirigindo-se ao vice-prefeito de Fortaleza Moroni Torgan (DEM), lembrou de quando, juntos, “enfrentaram as falcatruas do governo da Dilma” e atribuiu a crise econômica aos governos petistas. Quando questionado se apoiaria a reeleição de Camilo, porém, ele preferiu não responder, afirmando que “2018 só em 2018”.

 

Saiba mais

 

O deputado estadual Audic Mota (PMDB), que negocia transferência para o DEM, esteve presente no evento. Sentado em uma ponta da mesa, perto do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e do vice Moroni Torgan (DEM), não discursou nem aplaudiu todas as falas. Contrário à reforma da Previdência, ouviu o discurso de Rodrigo Maia em defesa da aprovação da matéria para “salvar a economia do País”.

Audic disse que no próximo ano vai apoiar a reeleição de Camilo ao Governo do Estado, mas sua negociação com o DEM não estaria relacionada a isso. Decisão deve ser firmada em março do próximo ano.


Roberto Cláudio foi embora do evento antes do seu fim. Do outro lado da mesa, o presidente estadual do PR, partido que faz oposição a Camilo e a RC, participava do evento. Lúcio Alcântara também não fez discursos e permaneceu, discreto, até o fim.

Letícia Alves

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