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À espera de Boulos, Psol adia escolha de presidenciável

2017-12-04 01:30:00
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O Psol decidiu adiar até o fim do primeiro trimestre do ano que vem a definição sobre quem será o candidato do partido à Presidência em 2018 para esperar uma decisão do líder sem-teto Guilherme Boulos. Cortejado pelo Psol, Boulos ainda não decidiu se vai se vai disputar as eleições.


O adiamento foi decidido durante o 6º Congresso Nacional do Psol realizado neste final de semana em Luziânia (GO). No congresso, o partido elegeu o presidente da Fundação Lauro Campos, Juliano Medeiros, de 34 anos, ex-dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), para presidir a legenda.


Segundo Medeiros, havia pressão por parte de correntes do Psol para que o nome do candidato em 2018 também fosse escolhido no 6º Congresso. Isso inviabilizaria a possível candidatura de Boulos, que pede mais tempo para decidir se vai se filiar a alguma legenda e disputar as eleições do ano que vem.


O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi convidado a participar do evento e recebeu acolhida calorosa por parte dos filiados do Psol. Em seu discurso, ele evitou assumir a candidatura mas pontuou posições convergentes com as do partido como a necessidade de uma reorganização da esquerda depois do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e das investigações da Lava Jato que atingiram figuras importantes do PT.


A fala de Boulos foi interpretada por lideranças do Psol como sinal de que o líder do MTST ainda pode aceitar o convite da legenda.


“Foi tomado pelo partido como um desejo dele de pensar o futuro junto com o Psol”, disse Juliano. Nas últimas semanas, Lula tentou desestimular Boulos de disputar a Presidência pelo Psol. O líder do MTST é interlocutor próximo do ex-presidente.


Diante das pressões para a escolha rápida de um nome, a ala majoritária do Psol conseguiu aprovar com mais de 70% dos votos a realização de uma Conferência Eleitoral ainda no primeiro trimestre de 2018 para decidir como o partido vai participar da eleição presidencial. Além de dar mais tempo para Boulos, a manobra fixa um prazo para o líder do MTST tomar decisão.


Pessoas próximas a Boulos têm dito que ele só aceitaria se candidatar caso Lula seja barrado pela Justiça. O Psol não quer esperar a definição sobre as condições eleitorais de Lula para escolher o nome que vai representar o partido na campanha de 2018.


Resolução

Nesta sábado, o partido aprovou no congresso uma resolução na qual defende a união de movimentos sociais na oposição ao governo de Michel Temer, contra a reforma da Previdência e pela revogação da reforma trabalhista e do teto dos gastos públicos. “A tarefa principal do próximo período é ampliar a luta contra Temer”, afirma documento publicado pelo partido.

Em documento, o partido diz que os movimentos sociais e os partidos de esquerda não têm conseguido fazer frente a medidas do governo Temer, as quais foram classificadas como uma “ofensiva contra os direitos e a democracia”.


O Psol considera no documento que o Brasil vive um novo período de reorganização da esquerda, o qual o partido acredita que foi provocado pelo “esgotamento do ciclo do lulismo”.

AE

 

Adriano Nogueira

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