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Tasso desiste de comandar PSDB e aliados pressionam por candidatura

2017-11-28 01:30:00
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Atualizada às 8h59

O recuo do senador Tasso Jereissati (PSDB) da candidatura à presidência nacional do PSDB já tem consequências no Ceará. Membros da oposição e aliados do ex-governador agora aumentam a pressão para que o tucano reveja a negativa e se lance candidato ao Governo do Estado no ano que vem.


Sem responsabilidades partidárias em Brasília, as preocupações de Tasso agora se voltam para o Estado que governou por três oportunidades. Depois de admitir a aliados que poderia disputar a sucessão de Camilo Santana (PT), o senador acabou recuando da possibilidade e tem admitido publicamente que não pretende voltar a disputar a cadeira de chefe do Executivo estadual.

[SAIBAMAIS]

O presidente estadual da sigla, Francini Guedes, disse ao O POVO que a retirada da candidatura nacional, em nome da unidade do PSDB em torno do nome do governador Geraldo Alckmin, “naturalmente aumenta a pressão” da candidatura porque há “muita gente querendo o nome dele” para o Palácio da Abolição.

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O deputado de oposição ao governador Camilo Santana na Assembleia Legislativa, Roberto Mesquita (PSD), avalia que a renúncia de Tasso em âmbito nacional dá “esperança” à ala opositora. “Ele vai ter mais tempo de se dedicar, como o gesto que ele fez agora reunindo diversos prefeitos para tratar estratégias de desenvolvimento para o Ceará”, prevê o parlamentar.


Para o deputado estadual Carlos Matos (PSDB), a pressão aumentará, inclusive, porque há um interesse nacional da legenda para a candidatura, tendo em vista a necessidade de fortalecer os palanques regionais na eleição presidencial de 2018. “Que vai aumentar a pressão, eu não tenho dúvida”, admite.


Aliados do senador não levaram a sério a recusa do tucano sobre a eleição ao Executivo em 2018. A grande maioria das lideranças ouvidas relembra as declarações em 2010 quando, ao ser derrotado para a reeleição no Senado, Jereissati disse que deixaria a política e cuidaria dos netos. Quatro anos mais tarde, no entanto, voltou a disputar a eleição e acabou vencedor.


Recuo

Depois de se lançar candidato à presidência nacional do PSDB, o cearense acabou recuando da candidatura em nome da unidade do partido. Conforme O POVO apurou, a decisão já havia sido tomada na última quinta-feira, 28, após conversas com o governador de São Paulo.

 

No dia seguinte, já com a decisão tomada, o senador Tasso se reuniu com prefeitos dos municípios do Maciço do Baturité no escritório particular em Fortaleza. Os gestores cobraram a definição de um novo Plano de Desenvolvimento Estratégico da região.


O atual Plano de Desenvolvimento do Maciço foi desenvolvido durante as duas últimas gestões de Tasso no Governo do Estado, no período de 1995 a 2002.


O plano traz condições para implementar programas, facilitando o desenvolvimento de algumas ações em municípios com menos de 50 mil habitantes. Oficialmente, a reunião não tratou de assuntos eleitorais.

 

Saiba mais


Antes de anunciar a desistência da candidatura ontem, o senador Tasso se reuniu com lideranças do PSDB de São Paulo. O cearense tinha a maioria do apoio dos paulistas na convenção de dezembro.


Dos 13 deputados federais de São Paulo, pelo menos 12 anunciaram voto no ex-governador do Ceará. O partido em São Paulo divulgou nota a favor de Tasso na época da destituição.


Depois de deixar a disputa pela presidência do PSDB, o senador Tasso Jereissati afirmou esperar que “alguns setores do partido não tenham participação nenhuma (na nova Executiva), ou muito pouca, porque foram responsáveis por essa falta de credibilidade”.

 

Wagner Mendes

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