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PSDB não fecha questão sobre reforma da Previdência

2017-11-23 01:30:00
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Em reunião da Comissão Executiva Nacional do PSDB na manhã de ontem, o partido decidiu recomendar que os deputados federais tucanos votem a favor da reforma da Previdência, mas não fechou questão sobre o tema. A pauta divide opinião dos parlamentares ao considerar o aspecto político da reforma, temendo prejuízos eleitorais resultantes das mudanças propostas pelo governo Michel Temer.


Ontem, o ex-ministro das Cidades Bruno Araújo, o primeiro dos tucanos a deixar o quadro ministerial de Temer, disse que voltaria à Câmara dos Deputados para votar a favor da reforma da Previdência. A declaração foi dada durante a posse do seu sucessor, Alexandre Baldy.


A próxima pasta que deverá ser desocupada por um tucano é a Secretaria do Governo. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) chegou a ser convidado ontem para comandar o posto ocupado por Antônio Imbassahy (PSDB-BA). Auxiliares de Temer começaram os preparativos para que a posse dele ocorresse ainda ontem em conjunto com a de Baldy.


O presidente da República, porém, decidiu manter o tucano no cargo pelo menos até o dia 9 de dezembro, data da convenção do PSDB.


Temer tomou a decisão após apelo do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB. O senador, que é a favor da manutenção do partido nos ministérios, argumentou que a eventual saída de Imbassahy poderia influenciar o resultado da convenção e a posição dos tucanos na reforma da Previdência.


A decisão de Temer provocou reação do PP, maior partido do “Centrão”, que ameaçou boicotar o jantar que o presidente promoveu na noite de ontem para apresentar as mudanças na reforma da Previdência a parlamentares. O ato seria um protesto contra a manutenção de Imbrassahy no cargo de articulação entre o Planalto e o Congresso.


Cargos

A saída do PSDB do governo deve se restringir aos ministérios, sem afetar os demais cargos de indicação do partido. “Não existe deliberação da presidência nesse sentido”, disse o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) sobre a saída de tucanos de cargos do chamado segundo escalão.

 

Isso inclui o filho do deputado, Pedro Matos, que mesmo após desembarque do partido, deverá continuar como subchefe de assuntos federativos da Secretaria do Governo.

com agências de notícias

 

 

Saiba mais


Temer indicou a possibilidade de aumentar o repasse de recursos do Orçamento aos Estados em troca de articulação política dos governadores com parlamentares de seus estados para aprovação da reforma de Previdência. O reforço virá


por meio do Fundo de Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX), que compensa perdas que os governos estaduais têm devido à desoneração do ICMS.


Temer afirmou ontem que governa em um regime “quase” semipresidencialista. Ao dar posse ao novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, ele disse ainda que busca, em uma parceria com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), uma “unidade absoluta” para garantir, em especial, a aprovação da reforma da Previdência.

 

Rômulo Costa

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