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"Fiz o que a lei exigia", diz Moro sobre divulgação de diálogo

2017-11-28 01:30:00

O juiz responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, Sergio Moro, disse ontem que não lhe ocorre nada de muito significativo na condução do processo de julgamento de um dos maiores escândalos de corrupção do País que o faria agir diferentemente da forma com a qual se procedeu até agora.


Moro fez a afirmação ao ser indagado durante o evento “Páginas Amarelas ao Vivo” da revista Veja se existia alguma coisa da qual se arrepende ao longo da sua atuação na Lava Jato. “Estou especialmente tranquilo com tudo o que fiz”, disse o juiz.


Sobre o episódio da polêmica divulgação dos áudios de conversa entre a presidente cassada da República Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o magistrado disse que não esperava tanta repercussão. “A divulgação dos áudios foi controversa. Não esperava tanta celeuma, mas fiz o que a lei exigia e era necessário”, disse Moro.


Para ele, o diálogo entre os dois ex-presidentes não era conversa republicana e que entendeu naquele momento que a sociedade precisava ter conhecimento do teor daquelas gravações.


“O problema não foi a divulgação, foi o conteúdo do diálogo”, disse acrescentando que não divulgá-lo seria como se a suprema corte americana tivesse deixado o ex-presidente norte-americano Richard Nixon ficar com as fitas no Watergate, o escândalo político ocorrido na década de 1970 nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar com a renúncia do presidente eleito pelo Partido Republicano.

Agência Estado

 

Adriano Nogueira

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