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Chapa única divide aliados de Tasso na disputa por comando do PSDB

2017-11-21 01:30:00
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Vista como forma de pacificar o PSDB, criação de chapa “consensual” para o comando nacional da sigla pode aprofundar ainda mais racha entre seus filiados. Em entrevistas ao O POVO, deputados simpáticos à candidatura de Tasso Jereissati (CE) se dividiram entre sobre possível alternativa ao enfrentamento direto entre ele e o governador de Goiás, Marconi Perillo, em convenção tucana.


“Unificar assim, nesse momento, seria conciliar antes com os políticos. É tudo que o PSDB não precisa agora. O partido precisa se conciliar primeiro com o povo, e depois ver o resto. E só o Tasso representa isso”, diz Daniel Coelho (PE). Na manhã de hoje, comissão do PSDB se reúne em Brasília para decidir sobre o processo eleitoral da sigla, marcado para 7 de dezembro.


Com receio de ampliar desgaste da sigla em disputa interna, líderes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso têm defendido arranjos para unificar candidatos em chapa única. Entre as propostas, estão desde a criação de uma candidatura “mista”, com Tasso e Perillo dividindo o comando, até indicação de Geraldo Alckmin como nome de consenso.


As teses, no entanto, também enfrentam resistência. “Acho difícil que alguém que é candidato à Presidência, como o Geraldo, consiga tocar a agenda interna de mudanças que o PSDB precisa tocar”, diz Daniel Coelho. “Hoje mesmo ele (Alckmin) esteve em Pernambuco e reiterou que não deve entrar na disputa”.


Unidade interna

Para o secretário-geral do partido, Silvio Torres (SP), no entanto, a proposta é importante para evitar novas crises. “Esperamos que haja um acordo entre eles, e essa semana vai ser importante para definir. Temos aí uma proposta para fazer uma chapa única, que foi feita para que eles compartilhassem o mandato, os dois se compondo em uma chapa única”, diz Torres.

 

Dizendo falar por “boa parte do partido”, o deputado, aliado de Alckmin, prega pacificação. “Nenhuma divisão é boa. A gente ganha com unidade, porque aí depois disso poderemos trabalhar a eleição de 2018, ao invés de ficar recompondo de novo”.


Coelho, no entanto, garante não estar sozinho no contraponto: “Se um paciente está doente, tem câncer, ele não vai conviver com o câncer. Ele vai tratar o câncer. Ele pode ter sequelas, ficar mal um tempo, mas tem que se tratar. É melhor não ter sequela, mas continuar doente?”.


Além do encontro da comissão eleitoral marcada para hoje, o partido deve reunir amanhã sua executiva nacional. Apesar de a pauta oficial ser reforma da Previdência, o assunto da sucessão na sigla deve ser abordado.


De viagem aos Estados Unidos durante o fim de semana, Tasso Jereissati deve voltar hoje a Brasília.

 

Saiba mais


Em viagem a Pernambuco, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ontem que apoia a entrada do apresentador Luciano Huck na disputa eleitoral.


Para o governador, a política “não pode ser um clube de má fama, que ninguém quer participar". Ele ainda defender o estímulo de novas lideranças.


Ainda segundo Alckmin, "a pior política é a omissão". Então acho muito positivo que queiram participar”.

 

Carlos Mazza

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