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Relator pró-Temer é mantido em comissão

2017-10-06 01:30:00
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Manobra costurada entre PSDB e aliados do presidente Michel Temer (PMDB) garantiu permanência do deputado Bonifácio de Andrada (PMDB-MG) na relatoria da segunda denúncia contra o peemedebista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.


Razão de mais uma crise tucana, o parlamentar mineiro se recusava a deixar o posto — o que levou ao acordo de bastidores para acalmar a bancada dividida.

[SAIBAMAIS]

Tentando se distanciar de um relatório que deve ser favorável ao presidente, o PSDB retirou o deputado das vagas da legenda na CCJ. No entanto, negociou com o PSC — partido da base — a recolocação de Andrada na comissão, mantendo-o na relatoria.


O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), fez o anúncio na tarde de ontem. O PSC tem uma vaga de titular na comissão, ocupada hoje pelo líder do governo no Congresso, André Moura (SE).
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A vaga de suplente é do deputado Pastor Marco Feliciano (SP). Ainda não se sabe se Bonifácio ficará como suplente ou titular.


Ainda ontem, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), lamentou a destituição de Bonifácio.

O governista afirmou que havia “zero” chance de o tucano ser substituído na relatoria da segunda denúncia porque havia vários partidos da base aliada dispostos a oferecer uma vaga para o deputado mineiro.


“Ele vai poder relatar na vaga de outro partido”, disse. Mansur disse que estava disposto a ceder sua própria vaga de titular em favor
de Bonifácio.


O deputado criticou incoerência do PSDB e disse que a decisão era algo “chato para se fazer com um deputado de dez mandatos”. “Acho que o PSDB dentro da Câmara está muito dividido e isso é muito ruim para o País. Essa decisão de tirar uma figura notória da Casa é uma incoerência muito grande. Ele vai fazer um relatório da cabeça dele”, comentou.


O anúncio do nome do mineiro pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para relatar a denúncia foi recebido por Temer com comemoração.


Nos bastidores, o governo tem como certo que o deputado de 87 anos fará um relatório contrário à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na primeira denúncia, Andrada votou pela rejeição da acusação de corrupção passiva.


Relatoria

Pacheco lamentou a decisão do PSDB de destituir o relator da suplência do colegiado. “Lamento que de todo o cenário político, de todas as pessoas que têm opinião, somente o deputado Ricardo Tripoli (líder do PSDB na Câmara) não entenda que o deputado Bonifácio é efetivamente muito bom para essa missão”, declarou.

 

Pacheco disse respeitar a decisão do partido, mas que não cabe a ele encontrar vaga para Bonifácio em outra bancada. Sem que outro partido ceda a vaga, Bonifácio estará automaticamente fora da relatoria. “Imagino que ele (Pacheco) tenha uma saída”, disse Tripoli hoje.

com agências

 

Saiba mais


Relator do parecer que pediu a admissibilidade da primeira denúncia, Sérgio Zveiter (PODE-RJ) preparou um requerimento solicitando que seja indeferida a inclusão de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) na vaga cedida pelo PSC no colegiado.


No requerimento, Zveiter pede para que o presidente do comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), “se digne em indeferir a manobra que está sendo utilizada pelo PSDB”


O deputado alega que, como os tucanos não querem que nenhum de seus filiados relate a segunda denúncia contra Temer, que desligue o deputado de seus quadros.

 

Wagner Mendes

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