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O presidente forte e o presidente fraco

2017-10-26 01:30:00

Michel Temer precisa dosar o alívio com o resultado de ontem na Câmara. Não apenas porque perdeu expressivos 12 apoios entre a votação da primeira denúncia e esta, mas, principalmente, porque há atores novos e fortes entrando no jogo pra valer. O mais notório deles é o deputado Rodrigo Maia

(DEM-RJ), presidente da Casa, que já desde alguns dias insiste em falar da necessidade de uma “agenda própria” que o Congresso precisa começar a tocar. Em outras palavras, sugere ser hora de virar um pouco as costas para o que é interesse do Palácio do Planalto, o que pode significar uma forma de começar a abandonar o aliado Temer. Personagem por si mesmo complicado, de humor variável, Maia é objeto de desconfiança e queixa-se de um tratamento do governo que considera não estar à altura do que tem oferecido. Um novo cenário necessariamente surge a partir de hoje e a balança da política precisa ser reajustada. O presidente da República está ainda mais frágil, embora vitorioso numa votação importante, na mesma medida em que o presidente da Câmara apresenta-se mais forte e disposto a fazer uso disso com maior ousadia a partir de agora.

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura

 

Adriano Nogueira

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