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Doria faz gesto de aproximação com ruralistas

2017-10-18 01:30:00

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em almoço fechado com 32 deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ouviu ontem reclamações contra ambientalistas, Ministério Público e setores do governo.


Ao falar, o prefeito citou a história dos sogros, que, segundo ele, tiveram as terras em Pinhalzinho, no oeste catarinense, ocupadas pelo Movimento Sem-Terra (MST).


Em entrevista logo depois, porém, Doria se esforçou para não entrar nas polêmicas ambientais e sociais do campo. “O debate ideológico não é útil para o meio ambiente, para moradores e para o setor produtivo”, afirmou.


Ao ser questionado por jornalistas sobre a portaria do Ministério do Trabalho que dificulta a atuação dos fiscais que combatem o trabalho escravo, publicada anteontem, o prefeito passou a palavra para o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), que fez um discurso de defesa da medida.


“Eu endosso plenamente as posições apresentadas pelo deputado Nilson Leitão, que é do nosso partido. A posição do deputado é a posição que eu endosso”, disse Doria após insistência dos jornalistas para falar sobre o tema.


Rodeado de ruralistas, o prefeito defendeu a moderação no debate sobre redução de áreas ambientais, sem, no entanto, endossar a posição ruralista.


“Eu sou moderado. O acirramento não é construtivo. É preciso equilíbrio e moderação para construirmos um novo país”, disse. Na entrevista, Doria disse que o setor do agronegócio está “maduro” e precisa de mais incentivos públicos.


O prefeito, que recebeu convite para jantar ontem no Palácio do Jaburu com o presidente Michel Temer, ao ser questionado sobre a crise política, disse que trata-se de um problema “circunstancial”.


Na parte fechada do encontro, Doria repetiu que está “preparado” para o enfrentamento de ideias com o PT, afirmou que o partido “enterrou” e “prejudicou” a economia, e minimizou críticas a suas viagens pelo País.


A Doria, deputados ruralistas reclamaram da imprensa e da modelo Gisele Bündchen, que fez campanha nas redes sociais contra o fim da Reserva Nacional do Cobre, a Renca, que fica entre o Amapá e o Pará.


“O senhor que é da área da comunicação, olhe o que a Gisele fez, o mundo inteiro está contra nós”, reclamou o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS).


Um dos pedidos surpreendeu o prefeito. A deputada mineira Raquel Muniz (PSD) pediu para ele mandar água para a região de Montes Claros. “Eu clamo ao senhor, na condição de prefeito de São Paulo, por água para o Norte de Minas Gerais, que enfrenta estiagem”.

 

Adriano Nogueira

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